Hoje de manhã, estava me preparando para tirar a barba, quando vejo na internet a desistência de Michael Schumacher de correr próximo GP, o de Valência, vulgo GP da Europa 2009.
Primeiro sobreveio o pesar: a F1, assim como o automobilismo mundial, precisava de um grande retorno, em grande estilo, com um grande campeão (mesmo para a aqueles que não gostam do piloto alemão, é um fato imponderável). Schumacher, como todo piloto com o sangue fervilhando pela oportunidade e pelo desafio, fez de tudo mesmo: pagou os testes com o carro de um milionário, pela "F1 Clienti", andando com pneus de GP2; ouvindo sempre rumores de que seu teste com F-60 seria absurdo, e que o veto da Williams era justo (o que nós, do Histórias e Velocidade concordamos, apenas achamos que qualquer piloto deveria ter um dia para testar, seja Schumacher ou Alguersuari, ou agora Badoer); e convivendo com constantes dores no pescoço, decorrentes de uma queda de moto de competição.
Essa queda e essas dores eram a grande dúvida. Muitos de nós deixamos de lado essa possibilidade de não ocorrer o regresso. Schumacher se submeteu a testes e mais testes. E a pressão de um carro de F1 é demais para ele (a pressão física, não a psicológica). Por uma ironia do destino, pagou caro por manter o espírito competitivo depois da aposentadoria em um esporte que, diríamos...nunca foi sua praia: a motovelocidade.
Schumacher é gente grande: sabe que correr nessas condições é muito arriscado; sabe que tem esposa e filhos, e as duas figuras que respondem por ele no mundo da imprensa: Sabine, sua acessora, e Willi Webber, seu agente, sempre estiveram com pé atrás. Webber segurou a venda de inúmeros produtos comercializando a "grande volta" do heptacampeão: sensata decisão. Sabine deixou claro que a volta dele só seria em condições aceitáveis de saúde, e com pescoço não se brinca. E não se pode culpar a Schumacher por isso.
Na onda comercial do GP de Valência, muitos se perguntam se haverá torcida lá: sem Schumacher e principalmente, sem Alonso, a corrida não promete nada. Já não prometeria: corrida de rua, com pouco glamour e muito calor.
Na contramão da desistência de Schumacher, a escolha de Badoer. Por quê não Gené? A equipe fará um anúncio nas próximas horas, masme parece ser um assunto claro. A tentativa desesperada de minimizar os efeitos da perda no marketing da categoria, e essa medida voltada para os italianos. É o primeiro italiano a pilotar a Ferrari em uma corrida de F1 desde Ivan Capelli, em sua jornada frustrada de 1992. 17 anos não é pouco.
Favoreceria a Gené o fato de estar em atividade, pilotando na Le Mans Series, sendo o atual campeão das 24 Horas de Le Mans. E de ser o piloto que está, assim...menos tempo sem pilotar um carro de F1. E foi o mais cotado até vir a idéia de Schumacher.
Badoer por sua vez tem muito mais tempo de casa, é italiano e...só. Não pilota faz 10 anos. Talvez Domenicalli o tenha escolhido pelo tempo de casa, ou esse fator tenha sido relevante. Mas não acredito não: a jogada marqueteira ainda foi razoável e Monza vem aí para não me desmentir. Sem dúvida, é claro, que no anúncio oficial serão postos outros fatores, ou talvez apenas o fator tempo de casa. E talvez outro: Gené está cotado para assumir o cockpit de uma das novas equipes de 2010, que necessitam de um piloto experiente. Assim Badoer, que ninguém quis aparentemente, seria uma opção "justa".
Puxa!
Desde que ouvi as noticias sobre as suas dores no pescoço, fiquei sempre de pé atrás em relação ao regresso. Ontem, quando li a noticia do Willi Webber, então já fiquei sem dúvidas. Mas não esperava que fosse já hoje. Pode ser um golpe na carteira, mas salva-se o piloto. Em termos de saúde e em termos de prestígio.
ResponderExcluirO Badoer é como dizes: por ser italiano é que foi escolhido. E é agora a nova politica da empresa, com o Domenicalli na frente: mais italianização da Scuderia, e estas cinco ou seis corridas serão mais uma recompensa de fim de carreira pela lealdade à marca do que uma reconhecimento das suas capacidades. Se assim fosse, ele teria substituido Schumacher em 1999 e não o Mika Salo, como acabou por acontecer.
E quanto ao Alonso e a Renault... vais tê-la a conduzir as ruas valencianas. Os camiões estão lá desde este Domingo. Se não é provocação do Flávio, então é um excesso de confiança!
Ah...uma errata: Larini é quem foi o último italiano a correr com uma Ferrari, em 1994, em substituição a Giovanni Alesi (ou Jean Alesi)
ResponderExcluirnão lembrava do Larini...que inclusive foi 2º no Gp de San Marino, em 1994 e fez a alegria local -e estava realmente feliz, o único que não conseguia se conter na press conference de felicidade (só lembrar da cara triste do Schumacher) .
Ah, o Alesi é italiano e tem descendência italiana, tanto que o nome dele de verdade é Giovanni Alesi, mas para correr com o passaporte francês, colocou Jean Alesi.
Por que não estou surpreso? Não acreditei muito nessa estranha volta do alemão! Pelo menos a jogada de marketing funcionou!
ResponderExcluirGostei muito da convocação de Badoer. O cara está há tanto tempo como piloto de testes e jamais teve a chance de guiar num GP substituindo ninguém.
ResponderExcluirDe la Rosa, Wurz, Montagny, Gene... todos esses já tiveram seu momento, é hora do Badoer ter o dele. Não promete muito, mas nenhum test-driver prometia. Espero que marque os primeiros pontinhos na F-1 e devolva o carro ao Felipe assim que der.
Que balde de água fria!
ResponderExcluirSe o Massa é substituído pelo Schumacher, este agora é substituído logo por um zé-ninguém? Como diria o Neto, comentarista da Band, é brincadeira né!
Que o Massa retorne em breve, a Ferrari merece coisa melhor!