Os escritores que aceleram neste blog

Minha foto
acompanho a F1 desde 1994. por vezes o estranhamento choca e traz interesse. gosto de história desde 2002. bons professores trazem a tona paixões que pareciam subexistir. sou Ridson de Araújo, tenho 21 anos, faço História na Universidade Federal do Ceará.

A Redação

Este blog foi criado no intuito de divulgar, publicizar opiniões caladas e pesquisas que em geral não tem o devido espaço que (acreditamos) merecem. A iniciativa foi de Ridson de Araújo, e agora contará com colaboradores. Cada pessoa que se encontra aqui na redação tem o potencial como várias outras pessoas que tem/não tem internet, de pensar e agir. Duas paixões e duas escolhas: História(s) e Velocidade.

O blog, na verdade: é de todos.

StatCounter


View My Stats

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A nova pontuação é uma farsa?

Olá a todos que acompanham o Histórias e Velocidade. Nos últimos dias em que ficamos discutindo pontos importantíssimos do novo regulamento, dos últimos GPs e outros nem de longe construtivos, como o do caso "porcaria", algo beira entre os dois mundos da relevância: afinal, a nova pontuação, que deveria privilegiar as vitórias, é uma farsa?

Em três GPs disputados na temporada de 2010, Felipe Massa, da Ferrari, conseguiu 39 pontos, com um 2º, um 3º e um 7º lugar. Ora, e o que isto significa, diante de uma vitória e um 4º lugar, além de um abandono para Alonso e Vettel, que estão quase que rigorosamente empatados, com 37 pontos, exceto o fato de que Alonso ainda ficou em 13º na classificação da Malásia por ter voltas À frente das equipes novatas. E temos Button empatado com Rosberg, com 35 pontos, mesmo 25 desses 35 sendo de uma vitória para o inglês da Maclaren. Na alça de mira, Hamilton com 31 e um heróico Kubica com 30.

Ora, no antigo sistema, como mostrou Felipe Maciel no Blog F1 pouco se mudaria, e teríamos apenas uma mudança entre Button e Rosberg, já que Rosberg passaria no antigo sistema por 1 ponto; fato este não causado pela vitória e sim pela desvalorização das posições intermediárias (ou uma valorização do pódium, como preferirem). Felipe Maciel mostrou lá que significativamente a vitória era mais valorizada apenas nos antigos 9-6-4-3-2-1 ou 10-6-4-3-2-1.

Muitos, como Felipe, acertam ao dizer que Massa lidera por ser mais regular, e que isso favorece a regularidade em relação à vitória. Isto não está de forma nenhuma incorreto. E dizem que a pontuação nova desrespeita a História da F1 e de grandes pilotos do passado que seriam superados pelos atuais. E isto também não está incorreto.Apenas, creio, faltam alguns pontos a serem considerados:

- O campeonato de pontos corridos privilegia sempre a regularidade. Isto ficou mais claro após 2002, quando Schumacher vencia a todos com facilidade, e isto se tornou mais claro pelas vitórias que possuia,em detrimento da regularidade...para frear o desempenho de pilotos com carros excepcionais e dar mais emoção ao campeonato, premiou-se a regularidade (ou limou de vez a vantagem da vitória, sendo esse um ponto dialético, em que um precisa do outro). O sistema de 25 pontos em suma só desprivilegia o 2º lugar.

- Neste campeonato, o que vemos é um equilíbrio muito grande de forças. E isto é bom para a F1, no sentido de torna-la imprevisível. Massa conseguiu 2 pódiuns, e vale lembrar que ter regularidade é fundamental para qualquer postulante ao título mundial. Vale ainda lembrar que mesmo Prost, que até Schumacher era o recordista de vitórias, venceu seus dois primeiros campeonatos na base da regularidade, com muitos pódiums e contando com o erro dos outros, e isso numa era que teoricamente favorecia mais o vencedor. Vale lembrar que ainda temos um campeonato equilibrado apenas pq a Red Bull não havia deslanchado, com Vettel. E com uma vitória o alemão encostou no regular Massa. A vitória é importante sim, só que não em demasia...será que isto é tão ruim assim?

- O novo regulamento privilegia a pontuação do pelotão intermediário. Historicamente a pontuação ficou defasada a partir dos anos 70/80, em que inúmeros carros corriam na pista e só míseros 6 pontuavam. A defesa do pelotão intermediário e a visibilidade de uma equipe nova pontuar quase que por si só viabilizou a pontuação dos 10 primeiros. Inchada ou não, esta pontuação reflete mais significativamente um pelotão cheio do que 9-6-4-3-2-1.

- Uma medida plausível para a F1 evitar um descompasso "histórico" é equalizar a pontuação à nova realidade dos pontos da F1. E isso implicaria pontuar desempenhos históricos não computados e possivelmente mudar resultados de campeonato, pelo menos em princípio, já que era mais simples não alterar classificações no mundial de pilotos e equipes, e sim apenas avaliar quantitativamente desempenhos de pilotos.

Quantitativamente, eu disse, pq qualitativamente, e no jogo das lembranças e dos signos imagéticos que nos assombram e nos deslumbram, pilotos e épocas célebres do automobilismo continuarão a existir nas memórias e nos arquivos da F1.

Afinal, é uma farsa ou não esta nova pontuação? Não é uma pergunta a ser respondida prontamente, e nos traz outras perguntas mais pertinentes: vitória ou regularidade? arrojo ou inteligência? anacronismo ou justiça histórica? Com vcs, a palavra agora.

5 comentários:

  1. Saudações,

    Ridson,

    Eu tinha gostado mais da nova pontuação que havia sido proposta pela FIA, e não essa da FOTA, mesmo assim ela é muito melhor que anterior, lançada em 2003 e que perdurou até 2009.

    E discordo por exemplo do Reginaldo Leme. Não creio em injustiça ou desrespeito aos grandes pilotos do passado. A F-1 evoluiu em todos os sentidos, para o bem ou para o mal, são outros tempos!

    Beo post,

    Camarada!

    ResponderExcluir
  2. Ridson, o que realmente valorizaria a vitória seria o descarte de 3 ou 4 corridas, assim daria aos pilotos a opção de arriscar, sem queimar a chance no campeonato.
    No primeiro título do Senna, ele arriscava tudo para vencer e o Prost com sua regularidade terminou com muitos pontos a frente do Senna, pelo descarte perdeu o campeonato.
    Hoje mesmo já estão falando do Alonso, que forçou tudo e o carro quebrou, do Webber que estava no limite e bateu no Lewis.

    ResponderExcluir
  3. é eu acho que deve se valorizar a vitória em primeiro luga re nisso esse sistema é válido. Muito reclariam se alguém tivesse vencido as três primeiras corridas e condenado o sistema,mas é melhor assim já que temos uma geração de pilotos excelentes e isso facilita muito a variedade de pilotos vencedores. Enfim, acho justa a nov apontuação, um pouco exagerada na distribuição de pontos mas justa.

    ResponderExcluir
  4. Luiz, não sei se as pessoas concordariam com a volta dos descartes... era um jogo complicado e difícil de se acompanhar. Entretanto, se o descarte realmente ajuda a pilotos arriscarem tudo, é algo a se pensar (por exemplo em desempate)

    Marcão, eu concordo contigo. Dificilmente alguém iria gostar de ver uma equipe já agora com três vitórias, como a Red Bull quase fez com Vettel.

    ResponderExcluir
  5. Para mim, o 10-6-4-3-2-1 continua sendo o melhor sistema já feito na F-1.

    Parece ridículo o modelo atual onde quase metade do grid pontua. Fórmula 1 não é esse tipo de esporte, Fórmula 1 é um esporte duro, onde só os melhores devem mesmo pontuar. Essa democratização de pontos é nada mais que uma jogada de marketing promovida por uma FIA surtada após tantos confrontos com as equipes e a decorrente debandada das montadoras.

    O pior de tudo é este é um caminho sem volta. Quando uma pontuação é abandonada, nunca mais volta a vigorar. Pena. E pensar que o 10-6-4 também foi banido por um interesse lamentável em punir quem fazia o melhor trabalho.

    Sempre que o marketing promove mudanças de regras esportivas, é porque o esporte é prejudicado em nome do lucro. Nessas horas, é duro gostar de Fórmula 1...

    ResponderExcluir

Este é o momento mais gratificante do blog: a sua opinião e visita; não serão permitidas ofensas pessoais nem preconceitos tolos