Continuando o balanço da temporada 2010 após 7 etapas, temos alguns quesitos a considerar; quesitos estes muito mais infames que os outros:
Os caras
Os caras desta temporada, claramente, sem sombra de dúvidas, são Kubica e Adrian Newey. Um faz uma equipe razoável parecer grande...ok, ele talvez esteja sendo beneficiado por um carro feito À sua imagem e semelhança, tipo o feio e bem funcional, e com uma equilibrada dianteira com uma traseira sob controle, com um difusor eficiente. Nada superestrambólico, mas funcional. Mas Kubica vem fazendo gratas corridas, coroado com dois pódios, com todos os méritos. Pena ele não ter vencido ou feito pole em Mônaco.
E Newey, que fez um carraço, melhor até que o do ano passado. Faz novamente diferença na F1, conseguindo pensar três vezes mais além dos outros projetistas em aprender como eficientemente se pode vencer com o novo regulamento técnico. Aparentemente a idéia do tanque novo não modifica tanto o desenho do carro como se pensa...já que muitas lições aerodinâmicas ( o grande forte dos carros do Newey, engenheiro mecânico de fluidos e vibrações segundo meu amigo Luiz) foram reaproveitadas.
Além dos dois, os dois com duas vitórias, cada qual com suas razões, merecem o título de "carinhas"...pq precisam confirmar a boa fase em que estão.
Webber, Button, Vettel e Hamilton, além de Alonso, tem tido desempenhos assimétricos ao longo da temporada. Ainda por cima Webber e Vettel, com o carraço que têm: deviam estar anos-luz À frente, mas não estão. Nas 4 primeiras corridas só deu Vettel, e nas 3 Webber. Por conta da vitória a mais, Webber tem mais pontos, mas pode ser apenas uma fase mesmo.
Button mereceu as duas vitórias conquistadas...acima de tudo a da China. Mas apenas em condições adversas, esteve na hora certa no lugar certo para tomar boas decisões estratégicas. Button se revela o cara para se confiar em uma estratégia, então sem ela fica meio difícil dar grandes expectativas para um piloto assim.
Hamilton e Alonso venceram uma cada, e são os que mais deram espetáculo. E dar espetáaculo na F1 é ter um grande problema, cometer algum grande erro, e tentar recuperar. Fizeram. Na China Hamilton deu show. Na Austrália, Alonso foi gigante. Mas estão muito inconstantes e isso num campeonato equilibrado isso é péssimo do ponto de vista corporativo patético...mas agradecemos a ambos pelos espetáculos.
Valem menção de nota o trabalho feito por Barrichello, elogiado pelo staff da Williams (paẽs-duros, mas competentes) e Cosworth (ruins demais, e totalmente dependentes da dupla Williams- Barrichello), com um carro nada competitivo; Petrov, por ser agressivo p/ caramba e fazer grandes largadas, embora seja muito errático; Rosberg, que vinha fazendo um grande campeonato embora sem algum brilho, superando Schumacher e chegando até à vice-liderança, mas foi barrado pela incoerência da Mercedes; Kovalainen, que vez se destacando pela lenta Lótus e Glock, na Virgin. Estes, de fato, mais na classificação do que em corrida.
Os bundas
O grande bunda é,, sem dúvida, Mosley, que fez valer sua estupidez para por equipes sem o menor preparo para disputarem a F1. Carros péssimos e equipes sem poder algum aquisitivo para sobreviver.
Os bundinhas, na minha opinião, em termos de piloto, são Hulkenberg e Massa. Realmente derrotados pelos companheiros, tomam muita desvantagem. Massa voltou lento mesmo, quebrando sua ascendente em termos de pilotagem: todo mundo sabe que ele sofria com o aquecimento de pneus, fato este que o faz errático em chuvas e pistas escorregadias. Mas ele conseguia aqui e acolá contornar isso. Agora não, não adianta nem galvão Bueno nem ninguém protegê-lo de sua aparente inabilidade em reagir no campeonato.
Hulk pode ser mais um que miou ao chegar na categoria principal. Pegar um companheiro como Barrichello não deve ser fácil, mas ele tá tomando demais. Só aparece mesmo nos treinos livres quando nada vale.
Valem menção pela bundice Trulli, Chandhok, que mais falam do que estão pilotando. Chandhok chegou ao final em 4? Ora...se arrastandom e ainda sim errando. Visível. Di Grassi teve seu momento de glória em Mônaco ao segurar Alonso e Senna ao largar bem em quase todas as corridas. Esse Chandhok paga para ser inerte. O Hispania é ruim e ele simplesmente aceita isso e toca p/ frente, mas não marca ninguém; Buemi, pq vem batendo de sola o Alguersuari em classificação, mas em corrida falha na hora necessária; O De la Rosa, que em minha opinião deveria estar com tudo para aproveitar finalmente uma chance dada, mas é outro que falha nas horas críticas.
O maldito jogo de equipe
Olha, eu sei que vim neste post para avacalhar mesmo, mas poxa vida. Temos um campeonato digno de ser um dos melhores, com a volta de possibilidade de disputar posições, pilotaços erráticos e pilotos básicos em boas fases... qualquer erro é fatal nestas condições, todos sabemos. Avaliar um campeonato por partes, sem poder ainda ver o todo nos traz a sensação de o bom mesmo é o circo pegando fogo. E é neste momento que as máscaras tendem a se revelar, para depois caírem de vez: o jogo capitalista corporativo, do resultado como única serventia, o tal do "profissionalismo" em detrimento do amadorismo. E isso num esporte em que lutar faz parte da profissão. O raciocínio fica mais torto ao pensarmos que é um entretenimento que tenta ao máximo atrair fãs mostrando aos mesmo que o "bom e certo" é trazer as crianças para casa.
Assim fica difícil torcer para pilotos e equipes, e gostar de um esporte em que se prende a jogos marcados, ao privilégio das estrelas. Se Vettel tem de vencer para justificar o esforço em investir em jovens estrelas; se Hamilton tem que ser o chefão da Maclaren pq é prata-da-casa e Alonso é o príncipe bicampeão enquanto Massa é apenas o quase-campeão; se é bom investir apenas no heptacampeão que apenas voltou p/ se divertir em detrimento de um cara que nem é essas coisas em termos de marketing (filho de um grande piloto campeão em uma temporada fraca)...
A temporada de 2010 é a melhor de muitos anos... então não deixem o momento passar no momento em que e mexe no novo âmago da categoria: o corporativismo.
Não deixem escapar a grande chance que a F1 tem agora de voltar a ser um esporte legal de se ver.
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