Os escritores que aceleram neste blog

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acompanho a F1 desde 1994. por vezes o estranhamento choca e traz interesse. gosto de história desde 2002. bons professores trazem a tona paixões que pareciam subexistir. sou Ridson de Araújo, tenho 21 anos, faço História na Universidade Federal do Ceará.

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Este blog foi criado no intuito de divulgar, publicizar opiniões caladas e pesquisas que em geral não tem o devido espaço que (acreditamos) merecem. A iniciativa foi de Ridson de Araújo, e agora contará com colaboradores. Cada pessoa que se encontra aqui na redação tem o potencial como várias outras pessoas que tem/não tem internet, de pensar e agir. Duas paixões e duas escolhas: História(s) e Velocidade.

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O que é necessário...? parte 2

Bem, moçada... na primeira parte deste post falamos da estranha e histórica relação da equipe Williams com Rubens Barrichello, vendo o que cada lado desta vez pode oferecer um ao outro.
Desta vez, tentaremos discorrer um pouco sobre o que um piloto como Rubens Barrichello pode fazer diante das limitações técnicas que provavelmente terão o carro da Williams. Segundo Luiz Fernando Ramos, o Ico, no site Tazio, o acerto com a Cosworth já foi acertado, e tanto por uma razão financeira (que sem dúvida pesa em uma equipe que tem limitações de patrocínio) como por uma razão técnica, de acordo com os resultados no dinamômetro - avaliando assim a potencia e o consumo teórico.
Há, segundo Ico, um fluxo de informações e staff técnico da Mercedes no processo, além de uma possibilidade de desenvolvimento mais livre por conta do regulamento técnico da F1 (tudo muito técnico, não?), limitando os outros motores por já existirem e esses não. Não sei se entendi corretamente este regulamento, mas isso oferece ao mesmo tempo uma chance maior dos Cosworth (que terão o auxílio da Porsche, rival da Mercedes rsrs) serem páreo para os potente Mercedes ano que vem,e ao mesmo tempo uma faca de dois le-gumes que, tirando a falta de dados concretos por não estar correndo um pé atrás.
E aí entra a tal figura do piloto.
Muito se leu e se comentou e se falou da capacidade de um piloto no desenvolvimento do carro, ainda mais em tempos sem testes... chegou-se a mais ou menos duas correntes de pensamento gêmeas bivitelinas e briguentas:
- O piloto é parte fundamental do processo, ainda mais em tempos de testes. Ele fornece dados concretos do acerto do carro, mais precisamente o chamado acerto fino. Ou seja, o que mais se adequa a seu estilo de pilotagem, e onde ele vai tirar mais do carro. O acerto fino fica mais ou menos limitado pelo que o pacote aerodinâmico e mecânico dá, mas nisso se pode extrair múltiplas variedades que nem telemetria nem cálculos de aerodinâmica avançadíssimos nem túnel de vento pudessem extrair sozinhos. Além disso, o piloto desenvolve ao longo da temporada, e com todas as vicissitudes de cada corrida, o desenvolvimento contínuo do carro necessário para extrair todas as informações possíveis para se adaptar melhor o carro a mais condições extremas e para o desenvolvimento do carro para a próxima temporada, aproveitando tudo possível.
- O piloto não é tão importante no processo. Principalmente para as equipes com mais recursos técnicos e/ou financeiros, como Maclaren e Ferrari, as coisas podem ser contornadas com extrema tecnologia, muita grana e muita gente no staff (e gente boa). A atuação do piloto no desenvolvimento é parte apenas integrante, apenas no ajuste fino para as corridas, tendo apenas ele piloto que se acostumar com a situação. Fato isso que nessas duas grandes equipes nenhum é reconhecidamente bom ajustador de carros e sem a atuação constante do piloto de testes (que virou apenas um terceiro piloto) a parte humana dentro do carro é facilmente superada por uma telemetria mais completa e túneis de vento incríveis.
As duas têm clara observação na realidade concreta desta temporada e ainda serão realidade para o ano que vem. E por isso mesmo as duas estão corretas. Entretanto, para mim, se aplicam a realidades diferentes e tendo mais a dar crédito à primeira, principalmente por uma "eventual" parceria Barrichello- Williams...
Rubens marcadamente correu por equipes com pouco dinheiro e limitadas na metade da carreira. E principalmente no começo dela, o que lhe deu sempre muita importância nesse papel de acertador. Era isso ou nada. Na Ferrari, ao lado de outro fantástico e sensível acertador de carros, Schumacher, e o excelente staff técnico e financeiro da equipe, fizeram essa equipe ser imbatível.
Na Honda, foi isso que o salvou, muitas vezes, de piores resultados. O carro era péssimo, e dele extraía mais coisas. Em 2006 apanhou do carro, mas no fim o dominou. Button conhecia a peça bem melhor (viu, isso tem diferença...um piloto como Button conhecer bem o aspecto técnico do carro só é possível com muito tempo de casa). Em 2007 apanhou do carro pois não era para seu estilo e Button tb. O butão se saiu melhor mais uma vez, entretanto o carro era totalmente feito pensando no estilo dele, Button, de correr. Em 2008, o carro era uma cilada, mas aí Barrichello pôde usufruir de um desenvolvimento feito de dois anos antes. Conhecendo o desenvolvimento do carro e aplicando isso no acerto fino, Barrica é quem conseguia extrair tudo do carro...tudo mesmo. Para alguém extrair 11 pontos daquilo, ir para Q2 e Q1, era milagre da ciência? Quase... ciência da pilotagem aplicada, e um piloto pilotando melhor do que em muito tempo não se via. Barrichello naquele ano extraiu o que extraía em 2002 ou 1999, ou 1994, de pilotagem. A diferença de chassi é que fez o resto.
Rubens pode ser isso na Williams, e não é à toa que se pensa esse contrato para 2 anos (1+1). Ter um tempo para desenvolver o carro é importante, e pilotar em níveis bons igualmente. Ico, em seu blog, vê isso também. Um motor que pode ser bom, afinal de contas, com um chassi bom e uma aerodinâmica boa que já tem e pode ser aperfeiçoado aqui e ali, limitadamente pelos recursos, um nível de pilotagem como o de Barrichello, com motivação de iniciante e muitas informações importantes vindas do forno da pista, pelo mesmo Barrichello...
Bem diferente, obviamente, do que podem fazer grandes cifras como Ferrari e Maclaren. Pelo visto, muitos engenheiros de ponta e muita organização, também, coisa que falta na Ferrari e sobra na Maclaren. O desenvolvimento acompanhado não é tanto do piloto e de um limitado número de técnicos, engenheiros e mecânicos...e sim coisa de grandes indústrias automobilísticas. Assim fica mais fácil, não acham?
Rubens se aplica na primeira fórmula: o necessário para uma equipe como a Williams de hoje. Limitada, com esperanças de voltar a ambientes melhores, mais garagista que nunca e em um ambiente aparentemente mais "caseiro" do que a Williams, imponente, estribada e arrogante de outrora, que demitia campeões como se fossem lixo tóxico e esbanjava incompetência. Nesse papel agora atua a Ferrari.

Um comentário:

  1. A Williams resolveu pegar cartas novas e está apostando tudo pra ser vencedora de novo. Cosworth, Barrichello, essas mudanças não agradam,mas se elas surtirem efeito ficarei feliz!
    abs

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