Vi o treino e vi a corrida. Não vou criar uma overdose de palavras sobre o mais do mesmo. Muitos por aí deram seu recado. Eu mesmo dei alguns pitacos em comentários em outros blogs só pelo que tinha lido. E vi o retrato fiel. Confesso que o sentimento foi de...constrangimento.
Em Spielber, 2002, a Ferrari havia historicamente se autofagocitado da F1. Involuiu. Pagou um mico homérico. Sujou a carreira de um piloto já muito malhado pela imprensa conterrânea e sujou a reputação de um campeão controverso. Num país de mesma língua, oito anos depois, sujou uma carreira de altos e baixos, mas sem perseguição de imprensa, e sujou a reputação de um piloto campeão, mas controverso.
Schumacher em sua carreira fez mais controvérsias, Alonso botou mais fogo no circo. Outros campeões foram assim controversos, assim favorecidos pelo tal do jogo de equipe. Corpóreo, nocivo, mas altamente defendido pelo status quo de uma categoria essencialmente capitalista, corporativista- uma excrescência do capitalismo atual. Jogo de cena, rádio revelador. Nada mais contraditório...mas a vida é contraditória. Nossas trajetórias são contraditórias, então nos chocamos com a contradição dos outros.
E ainda sim temos que nos indignar.
Barrichello 8 anos depois mostra sua indignação de maneira sutil, e revela o passado num futuro com a mesma peculiaridade de um historiador: a escrita, a fala, sobre o passado, é fruto de seu tempo. O revisto, cortesia da mesma Ferrari, é revelador. A equipe, o negócio, o patrocinador, o investimento, são os donos. O esporte é um aspecto superficial. Deu pensando em receber, e em troca recebeu mais cobranças, mais jogo de equipe.Não tinha mais carro, ficou no mesmo. Errou, sentiu que não dava mais, viu que assim jamais seria campeão. Seus admiradores e torcedores, seus fãs..sua imagem em frangalhos.
Felipe Massa, na efeméride recente, no luto pelo tio, virou de si mesmo. Cruel coincidência.
Na transmissão, o chilique ridículo de Alonso, o tom constrangido e incrédulo da Globo, cada detalhe...Alonso passa a andar mais rápido, após ter trocado voltas mais rápidas...Vettel que se aproxima. Massa que deixe passar... A mensagem velada, a transmissão da FOM elucida. Massa perde a vontade de correr. Vettel alcança. O elogio no fim, o cinismo do campeão, a hipocrisia de uma equipe ridícula.
Lauda vai no ponto: um vexame. Mesmo hipócritas que somos, que o velho tricampeão é, isso tá errado!
Azar às corporações. Nenhuma delas resolve minha vida, paga meus impostos... me dá sim um compromisso com a veiculação de opinião e um prazer bizarro de ver um jogo de cena.
É constrangedor, é patético, faz mal, dá nojo. E tem gente que defenderá um ou outro, e de quebra perde o fio da meada: o corporativismo, o jogo de cena, a equipe de milhões de fãs.
E a contradição de quem engana a quem a abastece.A alimenta. Na falta do que ter, a Ferrari abraçou o Santander.
Ps: gostei da transmissão do Luiz Roberto. Tirando o VRT, que para mim não me incomoda nem um centavo, mas aos amigos que seguem a linha FGomes e Victor Martins de criticar, é de fato bobagem...transmissão dinâmica, opiniões condizentes... sem pachequismos, sem palhaçada.
Comentarei a expectativa para a corrida amanhã.
Youtube Formula 1 Vídeo: As polémicas de Ben Sulayem
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*Mohamed ben Sulayem* está na presidência da FIA desde 2021, depois de mais
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s...
Há 10 horas
Ridson,
ResponderExcluirEra uma corrida que caminhave bem,com disputas e tudo até a marmelada,foi um balde de agua fria.
Me pergunto porque o Massa não abriu então quando escorregava com os pneus frios,naquele momento Alonso era realmente mais rápido,teria sido bem menos ridiculo!
abraço