Os escritores que aceleram neste blog

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acompanho a F1 desde 1994. por vezes o estranhamento choca e traz interesse. gosto de história desde 2002. bons professores trazem a tona paixões que pareciam subexistir. sou Ridson de Araújo, tenho 21 anos, faço História na Universidade Federal do Ceará.

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Este blog foi criado no intuito de divulgar, publicizar opiniões caladas e pesquisas que em geral não tem o devido espaço que (acreditamos) merecem. A iniciativa foi de Ridson de Araújo, e agora contará com colaboradores. Cada pessoa que se encontra aqui na redação tem o potencial como várias outras pessoas que tem/não tem internet, de pensar e agir. Duas paixões e duas escolhas: História(s) e Velocidade.

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terça-feira, 13 de outubro de 2009

O que é necessário...? parte 1

De volta aos ares do blog depois de uma semana com muito a se fazer e uma folga justa. Muitos assuntos pipocaram, mas nada tão impactante quanto a efetivação (?) do contrato de Rubens com a Williams. Muito se falou disso anteriormente, e eu até falei algumas coisas sobre isso anteriormente.
Nossas opiniões nunca devem estar fechadas, pois sempre novos elementos vêm à tona para nos deixar pensativos, reflexivos e até intrigados.
Afinal: PorquÊ a opção Williams? O que a Williams espera de Rubens? Que qualidades Rubens tem para tal contratação e o que ele poderá fazer pela equipe em 2010?
Posso dividir a reflexão em dois tópicos... hoje faço a primeira parte:
A Williams para Rubens e Rubens para a Williams
No excelente Blogsport Brasil, um belo post do amigo Felipão falando justamente da estranha relação que Rubens tem com a equipe. Sempre sendo sondado pela equipe, e efetivamente por duas vezes, a primeira em 1994, logo após a morte de Senna (para quem não lembra, Rubens era o garoto-promissor da F1, algo entre Vettel do ano passado e Rosberg deste ano). Pelo acordo da época, Rubens estava preso a uma pesada multa contratual com a Jordan. Para sair dela, teria que abdicar do patrocínio pessoal da Marlboro , por conta da ligação Williams- Rothmans e a Arisco seria a fiadora. Nelson Piquet, na época patrocinado pela Arisco (como Rubens) era o intermediário, e receberia por isso, além de ser um investimento pessoal de Piquet, que apostava no talento do "pupilo"(há certos limites nessa relação...).
O negócio não deu certo, e Rubens abdicou do negócio por praticamente correr de graça e em uma cadeira elétrica (pelo menos até então, era o carro mais instável e rápido possível). Era a melhor opção, no entanto, para Barrichello. Ele não ousou, preferiu um acordo comercial mais rápido com a Pepsi e se deu mal. O carro da Williams melhorou, ele perdeu a vaga para David Coulthard (que era inferior tecnicamente a ele), que conseguiu vitórias no ano seguinte, com uma Williams pelo menos melhor.
Além de ganhar um poderoso desafeto no caso Arisco, que era Piquet, Barrichello se afundou em escolhas ruins. Segundo Felipão pegando declarações do próprio Rubens, o contrato com a Maclaren era muito desfavorável a ele, e o carro se provou ruim...mas ficar na Jordan, sair pela porta dos fundos, ir para a Stewart... que só se provou um carro competitivo em 1999. Cinco anos perdidos que poderiam ter lhe trazido algumas vitórias e mais prestígio. Do contrário, ficou como chacota nacional devido à absurda pressão em massa.
Entretanto, a Williams sempre esteve de olho em Barrichello, que ganhava muita experiência e espírito de liderança para ajustar carros e recuperava uma velocidade razoável, tal qual nos primeiros tempos. Aliás, a equipe sempre esteve de olho nele, com os rendimentos na F3 inglesa e em outras categorias de base. Frank e Patrick Head são mestres nesse tipo de olhar para as categorias de base, haja vista quem contrataram como piloto de testes e agora "segundo " piloto, Nico Hulkenberg, atual campeão da GP2. Tentaram de novo um contrato com Rubens, e preso por uma multa grande com a Stewart, e a Williams já sem o horror de grana que antes tinha...Ralf era mais barato e na época quase no mesmo nível que Barrichello. A Ferrari precisava de um segundo piloto melhor que o já medíocre Irvine e aí pegou Barrichello antes que a Maclaren o tentasse de novo. Sempre com David Coulthard, seu rival na F-3000 e F3 na cola.
Em suma, é uma relação antiga, um contato que nos foi praticamente posto em xeque este ano com Williams dando um recado para Barrichello no infeliz episódio da Alemanha, quando houve troca de posições nos boxes... ~Felipão matou a charada:
"Agora, contrariando às expectativas de seus críticos, ganha mais uma sobrevida. E, surpreendentemente, na Williams.
Digo “surpreendentemente”, levando-se em conta o puxão de orelhas que Barrichello levou do velho Frank Williams, após ter criticado publicamente a postura de Ross Brawn e seus pares na ocasião da troca de posições no Grande Prêmio da Alemanha deste ano.
"É uma atitude passível de um cartão vermelho", disse o chefão, referindo-se à punição aplicada no futebol para uma falta grave. "Trata-se de uma declaração bem incomum para um piloto. Em sua defesa, devemos admitir que ele estava no calor do momento, muito chateado."
Quando perguntado sobre o que faria se ele fosse o seu piloto, Williams respondeu: "Eu tentaria deixar o meu orgulho para trás, conversaria com ele e tentaria fazê-lo mudar de opinião", disse. "Mas, com certeza, não toleraria uma atitude como essa novamente."
Curiosamente, Barrichello não respondeu, como se tivesse entendido a mensagem do futuro patrão. Nesses 16 anos de Fórmula-1, Barrichello aprendeu, certamente, que o velho Frank Williams não cultiva o hábito de mandar recado."
O que traz, no entanto, Barrichello para a Williams? O que ela tem de atrativo para Barrichello, além da promessa de um primeiro posto?
Ora, é fácil entender o que Williams espera de Barrichello: um piloto experiente, rápido (os críticos ferrenhos de Barrichello de plantão me perdoem, mas ele é rápido, ainda mais se considerar que a grande maioria dos pilotos que tem a metade do tempo dele na categoria já perdem e muito a velocidade), adepto do trabalho com a equipe para o melhor acerto possível do carro -diria essa o principal chamariz de Barrichello- e muito motivado. Todas essas características do brasileiro atraem os olhos de Williams há muito, e de uma considerável parcela do paddock, geralmente conhecido por só olhar com grandes olhos pilotos ou com muito carisma ou com grandes patrocínios. Caras do ramo, garagistas como Head e Williams sabem bem o valor de um piloto como Rubens, ainda mais com as limitações técnicas da equipe e com os limites de testes.
Assim, Rubens seria mais atrativo que um Heidfeld, por exemplo, que não é tão bom para acertar carros (embora seja bom), não é mais rápido, menos experiente e muito menos motivado. Heidfeld é um morto nas calças, que seria útil para conseguir mais alguns pontinhos para a equipe do que Nakajima, mas não para conseguir levar o carro a uma 4ª posição, como Rosberg faz.
E para Rubens? A Williams lhe traz um novo desafio, seria isso? Ele vê possibilidades em um motor Cosworth? O que ele sabe que nós não sabemos? Notícias foram vinculadas que a Williams teria um motor Renault, e talvez Rubens tenha feito um contrato pensando neles? Mas não foram eles que atrapalharam o campeonato de Vettel? Seria Rubens um apressado, que não ousaria mais sofrer como no ano passado, sem acerto até o último instante, sendo o último a ser efetivado para 2009? Teria sido ele enganado pela pressa e pela promessa de um Renault... e depois ter vindo um Cosworth?
Perguntas que dóem em nosso juízo. Rubens, no entanto, lutou até o fim para ir com a Brawn pq sabia que o carro seria extremamente competitivo. Rubens igualmente sabe que a Williams, mesmo com todas as limitações possíveis e imagináveis de verba e patrocínio já vem estudando o carro para o fim do reabastecimento (situação que apenas Rubens conhece no atual grid). Sabe que o grande empecilho para efetivar o carro jaz justamente no acerto para um motor (fundamental para ano que vem, e o da Mercedes é a melhor opção por ser potente e econômico). Tudo indica que o Cosworth vai ser muito beberrão...ou pode ser menos potente e mais econômico...
Em relação ao que a Brawn vai fazer sabendo da relação entre Barrichello e a Williams no tocante à disputa do campeonato levou a todos a crerem que a Brawn, em retaliação, vai promover logo Button campeão e assim assegurá-lo na equipe... mas isso é impossível de concluir por agora... Brawn pode dar um chute nos próprios pés se fizer isso agora...
Acredito que somente uma saída de Button para a Toyota, que sem dúvida deseja o possível campeão de 2009 para suas bandas (apelo comercial salvador?) faria uma reação em cadeia capaz de trazer de volta Rubens para a Brawn.
Tudo indica que a Brawn, que vai ser Mercedes num futuro próximo, será pelo menos competitiva com o motor que terá/ já tem. a Williams não poderá ter o motor Mercedes pelo mesmo motivo que a RBR: bloqueio da Maclaren. Isso é também o que nos faz pensar que a Maclaren está prestes a romper com os alemães -e viceversa, indo e voltando rsrs- e que a RBR renovará com a Renault por falta de opção, deixando a Williams sem escolha senão ir de Cosworth ou a própria RBR ir de Ferrari e deixar a STR de Cosworth, ou ficar com o Cosworth e deixar a STR com os Ferrari... uma história puxa outra e a reação em cadeia é sem precedentes.
Sem cair tanto nas teorias de conspiração, são perguntas que nos fazem pensar bastante e questionar se foi boa a opção ou não... Rubens está no olho do furacão de novo, como foi em anos passados... O que nos motiva a fazer a parte 2 deste post: O que Rubens poderia fazer para a equipe, em termos de desenvolvimento e acerto do carro, considerando o limite de orçamento da equipe? O que um piloto efetivamente consegue fazer nos dias de hoje, considerando toda a tecnologia que as equipes grandes como Maclaren empregam e fazem carros extremamente competitivos para pilotos sem o métier de ajustadores?
Vou me arriscar nessas reflexões no próximo post...me acompanhem nessa jornada rumo ao desconhecido! Comentem!

4 comentários:

  1. Perguntas que doem em nosso juízo, resumo perfeito do belo post

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  2. Ridson,

    Post muito interessante!

    Mas, tenho que discordar de você, com relação ao Nick Heidfeld. Pra mim, um dos pilotos mais injustiçados do grid atual!

    Abs.

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  3. Obrigado, Aline...por favor, sempre visite o blog!

    Ah Jobson...é isso aí... Nunca vi Heidfeld dizer a que veio, e olha que ele teve oportunidades. Apagado, come-quieto. mas, opiniões...

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  4. Concordo plenamente, até em relação ao Heidfeld... acho que hj ele é um piloto atraente, além de ser referência em uma série de quesitos. E, Ridson, só tenho a agradecer pelo que disse no início do post. Acho que é esse tipo de coisa que faz esse nosso "trabalho" paralelo valer a pena...

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