Os escritores que aceleram neste blog

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acompanho a F1 desde 1994. por vezes o estranhamento choca e traz interesse. gosto de história desde 2002. bons professores trazem a tona paixões que pareciam subexistir. sou Ridson de Araújo, tenho 21 anos, faço História na Universidade Federal do Ceará.

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Este blog foi criado no intuito de divulgar, publicizar opiniões caladas e pesquisas que em geral não tem o devido espaço que (acreditamos) merecem. A iniciativa foi de Ridson de Araújo, e agora contará com colaboradores. Cada pessoa que se encontra aqui na redação tem o potencial como várias outras pessoas que tem/não tem internet, de pensar e agir. Duas paixões e duas escolhas: História(s) e Velocidade.

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domingo, 21 de junho de 2009

Uma reflexão sobre a "nova F1"

É jogo rápido, não é preciso ter uma análise muito precisa disto.
Vendo aqui de novo meus posts, o primeiro post do Jobson aqui no blog e as diversas opiniões em vários blogs e sites ao longo da temporada, acho que dá p/ levantar pelo menos alguns questionamentos sobre essa "nova F1".
A temporada de 2009 começou quente: dentro e fora dos bastidores, com uma nova equipe surpreendendo desde os primeiros testes, renascendo Barrichello e principalmente Button, que tinham sofrido em um carro limitado (não tanto quanto em 2007, talvez, mas muito ruim). A Red Bull, com Vettel e Newey, era uma promessa que pouco a pouco vieram fazendo juz ao grande capital que a empresa de energéticos investe na categoria. E naturalmente, a promessa pouco a pouco fazendo por onde, mesmo com acidentes engraçados de percurso. Sem dúvida é a equipe que mais avançou na temporada em relação à passada, se a gente não considerar a Brawn e a Honda.
O novo regulamento esportivo, tão (re)analisado e (re)discutido deveria proporcionar mais ultrapassagens. A FIA e a FOTA atuaram planejando como melhorar a qualidade das corridas, com mais possibilidades de ultrapassagem e mais dificuldade para os pilotos. Em tese, um carro menos aerodinâmico, mas com maior aderência proporcionada pelos pneus slick, e pneus duros e lisos muito distintos, trariam maior possibilidade de ultrapassagem. E a cereja do bolo era, sem dúvida, o Kers, o sistema de reaproveitamento de energia cinética, trazendo mais potência ao carro com a energia dos freios. Assim, o "cara", o piloto, o lado humano dentro do carro é que deveria prevalecer,no braço?
E aí, funcionou?
-Ficamos sem saber muito bem nas 3 primeiras corridas, já que cada uma teve problemas "naturais" intervindo. Sol de fim de tarde ofuscando, dilúvios e corridas interrompidas.
-A Brawn sobrando, sobrando, e sobrando. Diga-se de passagem, Button... e de vez em quando Barrichello, que não capitalizou p/ si vitórias.
-Corridas tradicionalmente emocionantes, como a Malásia e a Turquia, chatas e muito. Quer dizer, até a chuva, estava até razoável na Malásia, se compararmos com as últimas corridas.Disputas por posição? Apenas pela condição de pneus, Kers, ou o natural peso, alguém teria mais chance, e olhe lá.
- O kers se revelou um problema p/ o equilíbrio ideal do carro e muitos desistiram de usá-lo. E se tornou uma faca de dois gumes para as possibilidades de ultrapassagem, pois não se pensou: E quando o cara que está na frente tem Kers? Ele sempre, obviamente, vai usá-lo p/ se proteger, ganahr terreno. Lembram-se de Nelsinho e Rubinho no Bahrain?
- Os pneus macios desgastam rápido demais, e os duros rápido demais. Os rendimentos são inconstantes e ainda sim não ajudam muito a ultrapassar. Ajudam mais a manter as posições como estão, se o cara com um carro melhor desgasta menos um pneu liso e aquece mais rápido um pneu duro.
E não ajudou em nada o difusor duplo. Os carros que o tinham ganharam uns pontos, os que não tinham quando o tiveram também ganharam, mas no final de contas, quando todos ganham décimos, ninguém ganha muita coisa.
As corridas se tornaram monótonas, e com a promessa de disputas apenas na parte de trás do grid, pois na frente, antes a Brawn e agora (é ainda muito cedo p/ afirmar isso?) a Red Bull sobram na frente.
As classificações viraram uma curiosa espera pela chegada dos pesos. Argumentam que assim teríamos mais proximidade (os fãs) dos dados da corrida. Mas a curiosidade não estava em saber quem foi o mais rápido, com o melhor acerto, na classificação? E tentar adivinhar quanto tempo o cara iria demorar p/ parar (telespectador e equipes adversárias)? Os 3 segmentos do grid se tornaram interessantes, pois forçam cada um a ir quantas vezes forem necessárias, e não ficar parado em uma volta cômoda. Mas largar com o peso da corrida ficou chato,previsível.
Daí vem a minha seguinte provocação (é só uma provocação): Se as equipes tivessem o mesmo orçamento, ou pelo menos um mais equilibrado, com setores do carro semelhantes (freio, óleo, gasolina, etc...), mas preservando as particularidades de acerto, formato do chassi e motores, estimulando a competição entre as montadoras e trazendo as independentes p/ dentro da disputa, teríamos um campeonato mais emocionante? Um campeonato com possibilidade de treinos para novos pilotos e classificação preservando o piloto mais rápido, com o carro melhor acertado pela equipe traria mais o elemento surpresa do esporte e possibilitaria o surgimento de novos talentos?
Tirando os absurdos de regulamento duplo, de dar todo o poder para a FIA ou todo o poder para as que tem já muita grana... existe a possibilidade de um campeonato mais emocionante?
As medidas de tentar trazer os pilotos e as equipes mais próximas do torcedor, perguntando a ele sua opinião e clamando sua participação são louváveis, mas elas estão realmente sendo postas em prática?
Opinem!

3 comentários:

  1. Sempre achei a idéia do teto orçamentário boa, o problema é a maneira autoritária como ela foi conduzida pelo Mosley. Acho que essa questão acaba influenciado mais nas disputas de pista do que essas mudanças nas configurações aerodinâmicas.
    Basta ver a GP2, com suas intensas disputas apesar dos carros não terem asas dianteiras grandes e asas traseiras pequenas e altas como na F1.

    Quanto ao sistema de classificação, eu prefiro o antigo em que todo mundo tinha uma hora para buscar sua volta perfeita e em que o pole era de fato o mais rápido do dia e não o com uma estratégia mais agressiva que vai largar leve como as vezes acontece atualmente.

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  2. Ótimo post, Caro Ridson.

    Eu até vejo com bons olhos o teto orçamentário, mas não sou de acordo com a padronização, como câmbio. É preciso rever algumas regras que não estão surtindo efeito desejado em 2009.
    Falou tudo!

    até mais!

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  3. Presidente da FIA, Max Mosley luta para dissipar as nuvens negras que tomaram o céu da Fórmula 1.
    Nova liga. Depois da FIA, agora é Bernie Ecclestone quem irá recorrer à Justiça para tentar acabar com a rebelião das equipes da F-1. O inglês é mais tem a perder com eventual criação de liga paralela, como prometem os times a partir de 2010.
    Pinheirinho é divulgador cultural é maranhense, a partir de Brasília. - E-mail: pinheirinhoma@hotmail.com

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