Os escritores que aceleram neste blog

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acompanho a F1 desde 1994. por vezes o estranhamento choca e traz interesse. gosto de história desde 2002. bons professores trazem a tona paixões que pareciam subexistir. sou Ridson de Araújo, tenho 21 anos, faço História na Universidade Federal do Ceará.

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Este blog foi criado no intuito de divulgar, publicizar opiniões caladas e pesquisas que em geral não tem o devido espaço que (acreditamos) merecem. A iniciativa foi de Ridson de Araújo, e agora contará com colaboradores. Cada pessoa que se encontra aqui na redação tem o potencial como várias outras pessoas que tem/não tem internet, de pensar e agir. Duas paixões e duas escolhas: História(s) e Velocidade.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Há 10 anos atrás: Um Gp da Europa inesquecível

Há cerca de 10 anos atrás...não exatamente no mesmo dia, mas tendo em vista a grande espera pelo GP das Europa, a F1 via um dos Grandes Prêmios mais surpreendentes de todos os tempos. Eu diria que só não superado pelo GP de Mônaco 1983.
À época, Michael Schumacher era o convalescente e, em seu lugar, Luca Badoer foi preterido pelo finlandês Mika Salo. Na disputa pelo título, um improvável Eddie Irvine, razoável piloto mas nunca um sério candidato ao título em teoria, e um Mika Hakkinen, grande piloto em uma temporada que não merecia ter ganho. Correndo por fora, a Jordan de Heinz Harald Frentzen e a segunda MacLaren de David Coulthard.Entretanto, esses dois foram os primeiros grandes personagens da corrida, mas não os finais.
Confusões iniciais
Na classificação, Frentzen foi pole, com Coulthard em segundo, Hakkinen em terceiro, Ralf Schumacher em quarto, Panis em quinto e Fisichella em sexto. Irvine em nono, Trulli em décimo e Salo em 12º. Os brasileiros foram mal, sendo Diniz o mais bem colocado em 13º e Zonta o último deles, em 17º.
A largada inicial foi um fracasso. Coulthard não pega no tranco, as luzes de largada tiveram problema em acender a verde, apenas tendo ficado aceso até a 5ª luz; e outros carros se engavetam.
Na segunda largada, Frentzen mantém a liderança e Hakkinen em uma largada esperta ultrapassa Coulthard, e diversos pegas lá atrás. As Stewarts vão ganhando posições e Rubens Barrichello ultrapassa Herbert (que largaram, respectivamente, em 15 e 14). E o grave acidente de Pedro Paulo Diniz, da Sauber, que fica de cabeça para baixo após ser atingido pela Benetton de Wurz, que saiu da pista e voltou atravessando o tráfego e colidindo na traseira do brasileiro. Embora Diniz tenha ido para o hospital fazer exames na cabeça e no pescoço, tudo ficou razoavelmente O.K. Entretanto, foi chamado o safety car .
A chuva e as tentativas desesperadas
A corrida prosseguia alucinante, com os quatro primeiros se atracando pelas posições, e Frentzen sem conseguir se distanciar. Uma chuva já esperada começava a atrapalhar as previsões normais das equipes, e em uma manobra arriscada, a equipe chama Hakkinen, apostando nos pneus de chuva. Enquanto isso, um ataque implacável de Schmacher é bem sucedido, ultrapassando a Coulthard. Pouco atrás, Irvine briga com unhas e dentes contra Fisichella forçando um erro do italiano.
Temendo a manobra da Maclaren, a Ferrari chama em tempo seus dois pilotos. Mas comete, segundo Murray Walker, " a MASSIVE MAL MISORGANIZATION", que em termos práticos significaria uma desorganização total com ambos. Primeiro com Salo, chegando a ficar 37 segundos, e com Irvine, 28 segundos no box.
Erros na pista
Muitos dos pilotos passam a usar demais da pista. Na clássica bifurcação de Nurburgring, Frentzen erra em frente a Coulthard, e este só mantém a posição indo para o lado errado. Antes de ser penalizado, o piloto da casa abandona, para desespero de Eddie Jordan, pois seu outro carro, o de Hill, abandonara logo no início por uma pane elétrica.
A corrida logo em seguida conta com o erro crasso de Coulthard, que perde uma única oportunidade de vencer e diminuir drasticamente a distância para seus competidores na frente no campeonato. Daí, a corrida fica nas mãos de Schumacher, que vinha pilotando incrivelmente bem. Fisichella, mesmo com erros, continuava na segunda posição e vinha fazendo uma sólida corrida e na primeira vez que liderava na pista, com um pit stop de Schumacher, ele erra, roda, e fica preso na grama. Fim de prova para Fisico*.
*Nesta época, a Ferrari anunciava a contratação de Barrichello no lugar de Irvine, e a disputa era entre Fisichella e Barrichello. Os dois vinham fazendo uma temporada de grande destaque, rendendo fantasticamente em carros inferiores, mas a juventude e inexperiência de Fisico o deixavam muito inconstante, fazendo com que o italiano perdesse uma oportunidade de ouro, que com certeza o acompanha até hoje na categoria.
A roda e o rendimento ruim
Deixando o trava-língua de lado, o fato é que isto mudou o rumo da corrida. Com todos os adversários a terem problemas ou abandonarem, a corrida estava nas mãos do alemõ. Até que a roda fura. Ralf consegue, mesmo quase ficando na grama, voltar à pista e se arrastar até os boxes. Como tinha umas sólida distância, ainda voltou na 5ª posição, à frente de Villeneuve e atrás de Badoer, da Minardi. Este, vinha fazendo uma sólida corrida pianinho, e chegava em quarto, com condições reais de finalmente pontuar na categoria, onde iniciara em 1993 e tinha esporádicas participações.
Mais abaixo, Barrichello, que vinha em terceiro, começara a ter problemas após o pit-stop, sendo ultrapassado por Herbert primeiro, e depois por Trulli, que vinha lá de trás em seu Prost. As câmeras, que primeiro mostravam a Norbert Haug e Eddie Jordan (Maclaren-Mercedes e Jordan), agora mostravam a Prost e a Stewart, dois grandes campeões mundiais que se aventuravam nas pistas agora como donos de equipe. Mesmo assim, Barrichello conseguia se manter longe de Badoer e agora de Schumacher.
O choro, o riso e a incrível disputa pela 2ª posição
Badoer, o preterido pela Ferrari em 1999. Badoer, o azarado. O que nunca pontuou. Traído por sua Minardi, em uma belíssima 4ª posição, ironicamente dava assim o 6º lugar a Marc Gené, seu companheiro de equipe. E em uma das mais marcantes cenas da F1 pós- Senna, ele chora desolado sendo consolado por um fiscal de pista.
Em outro rumo, Herbert. Vencedor de GPs em 1995, sendo companheiro de Schumacher na Benetton, ele estava longe das vitórias e longe de boas equipes, até ir para a Stewart em 1999, no ano mais forte da equipe (e último também). E antes de ter deixado o sonho, o velho escocês vê seu segundo piloto, que vinha sendo derrotado por Barrichello em quase todas as corridas no ano, vencer de forma incrível o GP da Europa. Herbert precisou de sorte, de boa estratégia e de um Trulli defendendo com unhas e dentes uma posição de honra para a Prost contra Barrichello, que colocava de lado, tentava no vácuo e nas chicanes, mas não conseguia. Os três chegaram a ficar colados e enfileirados, mas com Trulli a segurar o brasileiro, Herbert conseguiu a vantagem necessária para finalizar a corrida com segurança.
No pódio, uma mistura de alívio (Trulli, quase irreconhecível, mais loiro e bem mais novo); de decepção-alegria ( Barrichello, que sonhava dar a Stewart a primeira vitória de ambos); e de encantamento (Stewart e Herbert).
O saldo final
E, mediocremente, Hakkinen em uma disputa com Irvine, poucas voltas para o final, conta com um erro do irlandês para ganhar-lhe a posição, contar com o abandono de Badoer, e o não-combate de Gené para ficar com a 5ª posição. Schumacher mais novo com uma amarga 4º posição e Irvine em 7º, o que na época não valia nada.
Assim, Hakkinen ia para a penúltima corrida com uma vantagem mínima, sutil, mas fundamental.

6 comentários:

  1. Foi realmente um gp legal, muito bom mesmo.
    E este é um belo post.

    Mas nunca fui muito empolgado com o barricas não.
    nem nesta epoca.

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  2. E o Trulli... Esse não era ultrapassado nem sob tortura. O cara é um osso duro mesmo.

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  3. Eeeeeeeeeeeita... quanto nome de gente boa num post só. Até da Minardi sinto saudades... Eu lembro muito bem dessa corrida, onde os grandes se deram mal. Foi a corrida dos pequenos, em exibição de gala. Excelente relato, Ridson...

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  4. Grande post, Ridson! Meus parabens!!
    Eu me lembro bem dessa corrida, foi muito movimentada. Torci muito para o Barrichello ultrapassar o Trulli, pois queria uma dobradinha da Stewart.

    Abraço!

    Leandro Montianele

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  5. Muito bom,

    Se o Irvane com um bom carro conseguiu brigar pelo título até o fim com Hakkinen, imagino como seria com bons pilotos que nunca tiveram essa chance. Grande vitória da Stewart que ao final do ano virou Jaguar.

    Parabéns Ridson!

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  6. Queria Ver O VIDEO DE RUBINHO BARRICHELLO GANHANDO

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