Os escritores que aceleram neste blog

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acompanho a F1 desde 1994. por vezes o estranhamento choca e traz interesse. gosto de história desde 2002. bons professores trazem a tona paixões que pareciam subexistir. sou Ridson de Araújo, tenho 21 anos, faço História na Universidade Federal do Ceará.

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Este blog foi criado no intuito de divulgar, publicizar opiniões caladas e pesquisas que em geral não tem o devido espaço que (acreditamos) merecem. A iniciativa foi de Ridson de Araújo, e agora contará com colaboradores. Cada pessoa que se encontra aqui na redação tem o potencial como várias outras pessoas que tem/não tem internet, de pensar e agir. Duas paixões e duas escolhas: História(s) e Velocidade.

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domingo, 25 de abril de 2010

Sobre a pretensa impessoalidade e objetividade

Não me aterei aqui a uma análise linguística-discursiva, ou muito menos a uma grande reflexão sobre a epistemologia do conhecimento, no tal debate entre objetividade e subjetividade, que tanto permeou a discussão sobre a construção do conhecimento.

Este texto é mais do que tudo, um desabafo.

Por ser um historiador, que não consegue desatrelar seu conhecimento dos gostos pessoais, eu não consigo pensar em uma visão impessoal, imparcial, como o tal discurso dito científico, e mais especificamente o discurso jornalístico. Não dá p/ acreditar, sinceramente, em discurso desapaixonado, isento impessoal. Muito menos cair na armadilha de achar que alguém é melhor analítico do que outro pq se reveste com uma couraça fingindo despretensão. É claro, para mim, o jogo de disputas, o jogo de poderes, expressos pela palavra ou pela omissão dela.

O campo jornalístico é repleto deles e é bem visível a necessidade quase fatalista de afastar qualquer reconhecimento de subjetividade ou da simples impossibilidade de um discurso perfeito e isolado, purista, tentando negar cabalmente o passado partidário e panfletário dos antigos jornais, os do século XIX, redutos da intelectualidade e literatura da época. É justificado, reconheço, esse medo da subjetidade excessiva, do personalismo que empobrece a discussão, que impede qualquer diálogo. Fugir À francesa, ou pior, maquear a subjetidade, é igualmente empobrecedor, simplista. Fica um dilema, no qual para negar uma falha comete-se uma grosseira omissão.

As pessoas e os discursos críticos, no correto sentido do termo, analíticos, que enxergam pontos positivos e negativos, que possuem autocrítica e que dão mais valor ao debate do que a contenda pessoal (e que também não fogem da raia) me apetecem muito mais.

Vejo muito isso na imprensa automobilística: ridicularizam os nacionalistas, e caem na armadilha de negar qualquer parentesco com isso com outra postura fechada e pior, arrogante, superior, orgulhosa da pretensa neutralidade. Que fique claro: minha postura política nunca foi nem será nacionalista. Sou um crítico do pachequismo babaca e doente. Nem por isso deixo de apreciar esportistas locais (ou extra-julgá-los se não estão À altura só p/ me sentir superior ao "negar isso") ou apreciar outros. Aprecio o esporte e torço p/ quem eu quiser, sem medo de ser feliz. Ninguém vai torcer por mim ou vai me convencer do contrário se eu msm não quiser ser convencido. Sem o risco de ser impessoalista ou pessoalista demais. Nenhum extremo me parece coerente.

Da mesma forma que vejo com maus olhos o fanatismo, o ultranacionalismo, a xenofobia e o etnocentrismo, vejo com maus olhos a cegueira cruel da cobrança grotesta, a arrogância reveladora de quuem só sabe detonar, a falsa segurança de quem projeta nos outros seus problemas pessoais.

É quase um apelo aos que gostam de qualquer esporte, que simplesmente revejam suas práticas. Foi mal, isso não é simples. Mas necessário. Quantas vezes se cai numa armadilha de uma pretensa imparcialidade, de um objetivismo simplista. Não somos simples, somos complexos mesmo, com todo o direito à contradição. E com todo o dever de reconhecer isso, trabalhar em cima das dificuldades e ir além.Sempre útil e revelador, o universo da autocrítica.

Conhecer o esporte que gosta ( e os esportistas que gosta) a postura política que defende, a pessoa que ama, nunca é demais, nem de menos. Torna os horizontes ao mesmo tempo serenos e intranquilos.Mas é a boa intranquilidade, que supera a apatia.


6 comentários:

  1. É um ponto de vista, que é visto de vários pontos. Sejamos apenas sinceros e generosos e tudo será só festa, trabalho e pão.
    Abs.

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  2. Hehe...sinceramente vc colocou de um jeito tão ambíguo que não sei aonde vc quis chegar, mas valeu pela impressão, Anselmo!

    E volte sempre!

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  3. Um dos estudos mais famosos de Jurgen Habermas trata justamente da questão do atrelamento entre jornalismo e 'imparcialidade'.

    Segundo ele, isso começou com a crise econômica de 1870, que minou os inúmeros pequenos jornais. Os poucos que ficaram de pé ou foram criados nesta época, e se tornaram gigantes (importante notar: quandO Hearst e Pulitzer criaram seus impérios), começaram a investir no efeito de imparcialidade.

    É uma discussão complicada, já que nem toda parcialidade pode ser tolerada. Mas concordo com você na medida em que, mais condenável do que tudo, é se revestir de uma pretensa parcialidade absoluta (portanto, falsa) para criticar a opinião alheia.

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  4. "É uma discussão complicada, já que nem toda parcialidade pode ser tolerada. Mas concordo com você na medida em que, mais condenável do que tudo, é se revestir de uma pretensa parcialidade absoluta (portanto, falsa) para criticar a opinião alheia. "

    Daniel, vc não quis dizer "imparcialidade absoluta"?

    De qualquer maneira, no jogo das palavras, as duas seriam possíveis.

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  5. Hola!
    Tenes un gran blog!
    Me uno a tus seguidores, yo tambien tengo un blog de F1 (Red Bull) y me gustaria que tu tambien te unieras a mi grupo de amigos.

    Saludos,
    Ricard

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  6. Fotos carros - Direto de Milão, Itália

    Olá amigos,

    Confiram no blog De Gennaro Motors as fotos que eu coloquei. Tem dois posts com fotos de veículos da marca Alfa Romeo e Fiat.
    Link: http://www.degennaromotors.blogspot.com/

    Neste link estão diversas fotos dos carros que circulam pela cidade:

    http://degennaromotors.blogspot.com/2010/05/parte-6-fotos-de-carros-em-milao-italia.html

    Outras matérias: Meu amigo Marcos “Tenere” continua sua viagem pela China. Ele me enviou novas fotos de veículos que ele encontrou pela China.

    Um abraço,

    Fernando A. De Gennaro
    Cel: 55 (19) 9777-3664


    De Gennaro Motors
    www.degennaromotors.blogspot.com

    Click aqui e conheça a Série Caminhão nos EUA

    "Procuro fazer sempre o melhor, andar na busca da perfeição. Ou você faz bem feito ou não faz”.

    Ayrton Senna

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