Os escritores que aceleram neste blog

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acompanho a F1 desde 1994. por vezes o estranhamento choca e traz interesse. gosto de história desde 2002. bons professores trazem a tona paixões que pareciam subexistir. sou Ridson de Araújo, tenho 21 anos, faço História na Universidade Federal do Ceará.

A Redação

Este blog foi criado no intuito de divulgar, publicizar opiniões caladas e pesquisas que em geral não tem o devido espaço que (acreditamos) merecem. A iniciativa foi de Ridson de Araújo, e agora contará com colaboradores. Cada pessoa que se encontra aqui na redação tem o potencial como várias outras pessoas que tem/não tem internet, de pensar e agir. Duas paixões e duas escolhas: História(s) e Velocidade.

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Aulas de História Contemporânea-

História III- Contemporânea Prof. Ridson de Araújo

A ERA VITORIANA NA INGLATERRA; FRANÇA CONFUSA DO SÉCULO XIX PÓS-1815

  1. Problemática:

- Como a Inglaterra se consolidou como a principal potência mundial durante o século XIX?

- O que o processo da Revolução Industrial tem a ver com a poderosa marinha mercante britânica e o processo de formação de organizações trabalhistas pela Europa, em especial na Inglaterra?

- Em que se baseiam os conflitos entre católicos e protestantes na Irlanda?

- Qual a estratégia tomada pelos sucessores de Napoleão Bonaparte para concorrer com a Inglaterra no comércio internacional? Ela funcionou?

-Quais as razões para tanta instabilidade na França do século XIX?

- É possível dizer que as sucessivas mudanças de direcionamentos do governo francês sejam desdobramentos da Revolução Francesa?


  1. Conteúdos


Consolidação inglesa X contestações trabalhistas


  • O processo de industrialização europeu não é originado pela Revolução Industrial. Não é possível pensar a Revolução Industrial como um processo repentino, e sim como um longo processo que acompanhou o século XVIII. No entanto, com as inovações tecnológicas que possibilitaram o alargamento da produção e da crescente divisão do trabalho, este processo se acirrou de maneira decisiva, daí chamarmos de “Revolução Industrial”, ou a conhecida primeira etapa dela. Contudo, para quê tanta produção em massa?

  • Com o processo cada vez mais intenso e dinâmico de expansão das influências inglesas pelo Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo, novos mercados foram surgindo, que exigiam cada vez mais produção e mais pessoas para atuar em postos estratégicos, fossem piratas, comerciantes ou militares, ou mesmo trabalhadores para agilizar a produção. Grandes empresas foram surgindo, aliadas ao capital financeiro de bancos que investiam na superprodução. O incentivo à natalidade, a grande produção de alimentos e a utilização efetiva do campo como produtor de matéria-prima para as indústrias foram inchando a Europa, em especial a Inglaterra, populacionalmente.

  • A busca pela sobrevivência diante das migrações em massa para as cidades industriais, causou uma infinidade de conflitos. Crises financeiras, falta de abastecimento, poluição das águas das cidades, progressiva divisão do trabalho e desemprego/subemprego assolavam a Inglaterra, que curiosamente recebia cada vez mais estrangeiros em busca de emprego nas indústrias. Choques culturais, efervescências nacionalistas, organizações dos trabalhadores em defesa de seus direitos... e tudo isso ao mesmo tempo em que a Inglaterra expandia seus mercados, exportando o modelo liberal e burguês aos sete mares (literalmente).

  • O modelo liberal de Estado tomou forma na Inglaterra pós- Revolução Gloriosa, na qual a burguesia garantiu seu espaço no poder administrativo via Parlamento. Com uma monarquia constitucional e parlamentarista, a monarquia embora influente, não decide os rumos do país. Neste processo, o Estado Inglês possui seus tentáculos através da marinha mercante, financiada pela burguesia desejosa de expandir seus mercados. O liberalismo ganha forma teórica e prática. Então, porquê se destaca o período Vitoriano? Porque a rainha Vitória, que governou durante maior parte do século XIX(1837-1901), teve em suas mãos uma economia sólida baseada na Revolução Industrial, na fortíssima marinha mercante, e no equilíbrio estruturado entre reivindicações elitistas conservadoras e liberais. Desde a derrota de Bonaparte em 1815, a Inglaterra não encontrou nenhum rival externo à altura na concorrência internacional pelos mercados, impondo sua moede, a libra esterlina, como moeda de negociação. Parece-lhe familiar?

  • A Grande Reforma de 1832, que mostrava a força dos grandes centros capitalistas industriais urbanos, garantiu por lei a supremacia burguesa sobre a tradição dos grandes Lords, favorecendo o livre comércio, reduzindo o protecionismo e o incentivo À produção industrial, em detrimento dos grandes senhores de terras.

  • E graças a quê esta burguesia comercial-industrial se fortaleceu tanto? Às dificílimas condições de trabalho nas fábricas, nas quais os trabalhadores chegavam a trabalhar diariamente 16 horas, sem direitos sociais nem trabalhistas. As workhouses , locais de trabalho, eram mal-estruturadas e insalubres, ou seja, sem mínimas condições sanitárias. Com a atuação das trade union, diversos direitos trabalhistas foram sendo conquistados durante o século XIX, como a redução da jornada de trabalho, o direito à organização sindical, legislação trabalhista básica etc. No entanto, estes direitos foram conquistados com extremas dificuldades, já que representantes burgueses no Parlamento sempre procuravam dificultar o ingresso de reivindicações como estas na pauta parlamentar.

  • As Trade Union também conquistaram direitos políticos, como o direito de se tornarem elegíveis, conseguindo em 1858 o fim do Censo Eleitoral. O direito de voto foi sendo estendido até 1918, quando basicamente todos os direitos eleitorais foram conquistados, tornando o sufrágio universal. Destas Trade Unions , surgiu o Labour Party, o partido dos Trabalhadores. No entanto, diversos grupos compostos por trabalhadores participaram do processo de conquista de direitos sociais e contestaram os mandos dos grandes industriais. Você saberia dizer quais seriam? Socialistas comunistas, socialistas libertários, grupos tradicionalistas protestantes, dentre outros, participaram deste processo.


Separatismo e conflitos religiosos na Irlanda


- Nem tudo é homogêneo na Grâ-Bretanha. Por muitos séculos, a Inglaterra dominou a “vizinha” Irlanda, de população católica, impondo o controle político da ilha pelo parlamento britânico, e uma série de restrições comerciais, além do desfavorecimento aos grupos católicos, já que os ingleses são em maioria protestantes. Entre 1800, quando a Irlanda perdeu sua autonomia através de um ato de união, e 1860, diversos atos separatistas foram realizados, culpando a Inglaterra pela fome que assolava a Europa. Mesmo com as medidas de William Gladstone, ministro inglês, para conter as revoltas irlandesas através de favorecimento aos camponeses e desobrigação dos católicos a pagarem tributos às Igrejas Protestantes, a onda separatista só tendeu a crescer. Em 1880, os parlamentares irlandeses começaram alutar pelo separatismo, sendo reprimidos pelos britânicos. Essa tendência separatista continuou mesmo após a I Guerra Mundial, culminando com a Independência de parte da Irlanda, e continuidade da Irlanda do Norte sob o domínio britânico.

  • Este tema se faz atual pela imensa quantidade de conflitos existentes entre os dois lados da ilha, e entre católicos e protestantes. A música “Sunday Bloody Sunday, do grupo irlandês U2, retrata bem a natureza sangrenta destes conflitos.


França pós-bonapartismo: Congresso de Viena X Revoluções de 1830 e 1848


  • A França pós-bonapartismo está recheada de conflitos pelo poder no território francês. Diversas correntes de pensamento em disputa. Três tendências se destacam: a dos ultra-realistas, que defendiam o retorno completo do absolutismo, e eram liderados pelo irmão do rei recolocado ao poder, Luiz XVIII, que era o Conde de Artois; a dos bonapartistas, que queriam a volta de N. Bonaparte ao poder, este que estava no exílio; a dos radicais, composta por revolucionários liberais e outros adversários da monarquia, defensores da Revolução. Com o Congresso de Viena, após a queda de Bonaparte, o chamado princípio da legitimidade garantia a volta das antigas monarquias ao poder. Com isto, Luiz XVIII instaurou um despotismo esclarecido, aliando absolutismo e idéias liberais, baseadas na constituição. Esta garantia algumas liberdades conquistadas durante o processo revolucionário. Entretanto, com a morte do rei, seu irmão, o Conde de Artois tomou o poder, tornando-se Carlos X. Este era ainda mais reacionário e se aliando aos setores mais conservadores possíveis acirrou o processo de absolutismo, retomando privilégios militares e nobres, além dos do clero.

  • Estas medidas tiveram grande oposição dos liberais, da imprensa, e do duque Luís Filipe. Com apoio da alta burguesia, descontente com o novo absolutismo, movimentos populares em Paris acabaram por provocar a fuga de Carlos X, temeroso por sua cabeça. Luís Filipe assumiu o trono, com uma forte tendência liberal e burguesa. Este movimento foi conhecido como Revolução de 1830,e abriu caminho para diversas revoltas de tendência liberal/ revoltas anti-absolutistas em áreas prejudicadas pelo Congresso de Viena. Em outras palavras foi a derrota do absolutismo e do Congresso de Viena na Europa: Bélgica independente dos Países Baixos; lutas nacionais pela unificação na Alemanha e Itália etc.

  • No entanto, o governo de Luís Filipe foi burguês demais, reformulando a constituição para fortalecer o legislativo, espaço massivamente ocupado por liberais, instituiu o laicismo e enfraqueceu a Igreja Católica. Socialistas, bonapartistas e republicanos uniram-se contra o rei, apoiando-se na defesa pela reforma eleitoral e parlamentar. Organizações populares enfrentaram a repressão do rei, que pouco a pouco perdia em popularidade. Quando a Guarda Nacional aderiu ao movimento, o rei fugiu para a Inglaterra, onde em vão tentou se articular para recuperar o poder. A Revolução de 1848 repercutiu pelo mundo.


Segunda República Francesa (1848-1852)

  • As diversas correntes que se aliaram para derrubar Luís Filipe convocaram uma assembléia constituinte, com a presidência do liberal Lamartine, do jornalista moderado Ledru- Rollin, do socialista Louis Blanc e do operário Albert. Declararam o fim da pena de morte, criaram oficnas nacionais para garantir mais empregos e estabeleceram eleições. Entretanto, já haviam conflitos entre trabalhadores, burgueses e socialistas...resultado, na eleição, vitória dos moderados. No meio da disputa, populares tumultuaram Paris e foram brutalmente reprimidos. Para presidente, eleito Luís Bonaparte, sobrinho do ex-imperador, figura popular pela descendência com o tio. Durante a república, procurou pacificar o país, e pautar seu governo pelos ideais do progresso, para competir com a Inglaterra na produção industrial. Ao fim de seu mandato, fechou a Assembléia Nacional e deu um golpe de Estado, tornando-se ditador como seu tio. E seguindo a postura do tio, conclamou um plebiscito, de caráter discutível, e transformou-se no novo imperador, Napoleão III.


Terceiro Império


-Napoleão III tranformou a Paris do XIX no modelo cultural mundial, realizando uma série de reformas urbanas e propagando a cultura francesa por todo o mundo, através da venda de produtos caros e elegantes. Na política interna, cedeu aos apelos liberais e decretou liberdade de imprensa, ao passo que oprimia revoltas de trabalhadores, criando um governo ambíguo.

  • Na política externa, teve atuação ambígua, inicialmente ganhando diversos aliados, e após isto promovendo a nacionalização de antigos povos dominados e colonizados. Isso se tornou desastroso, na medida em que a França passava a dominar outros Estados, intervindo em seus processos de independência e combatendo antigos impérios, como o Turco-Otomano e o Austro-Húngaro. Em suma, não enfrentava a Inglaterra, mas buscava por sua conta intervir para a independência de novos Estados para que se tornassem novos mercados consumidores...

  • Curiosamente, esta política intervencionista dentro da Europa se voltou contra o seu imperador. Ao tentar barrar a unificação alemã, entrando em guerra contra os prussianos, Napoleão foi derrotado e aprisionado, tendo de entregar a Alsácia e a Lorena, regiões ricas em minérios. Humilhado pelo Tratado de Frankfurt, que estabeleceu as punições contra a França, Napoleão perde o trono e o país volta a ser uma república; grupos revoltosos populares surgiam por todo o país, declarando governos autônomos, como o de Paris. Era a Comuna de Paris.

3 comentários:

  1. Ridson,
    adorei a aula, essa parte eu não conhecia do seu blog.
    Parabéns,
    Luiz Sergio ou Felix

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  2. F1

    O suíço Peter Sauber, proprietário da equipe que leva seu sobrenome, disse que as dificuldades financeiras deve se acabar, já que o time está fechando diversos contratos de patrocínio, é quase certo um acordo com o bilionário Carlos Slim, proprietário da Telmex.
    “Com novos parceiros, vamos ser bem mais competitivos, estamos trabalhando muito nisso, teremos mais cores no carro, a nossa meta é nos aproximar das grandes, nós mostramos claramente que é ainda possível na Formula Um, ir para frente com poucos recursos, nossos tempos de volta estão chegando a um bom nível”, completou Sauber, com um brilho de otimismo nos olhos.
    Felix

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  3. heheh na verdade a proposta do blog é ter as duass coisas..até na descrição do blog tenho isso como meta...infelizmente as pessoas não costumam comentar sobre História...espero que com mais presença em sala de aula isso possa mudar.

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