Eu falei em vários comentários em vários blogs de automobilismo anunciando um racha da FOTA.
E andei repensando isso...
Nessas horas, a formação do historiador é fundamental p/ compreender essas coisas com um outro olhar, um olhar de perspectiva:
- A FOTA foi construída no discurso político da UNIDADE, como elemento regulador e órgão político favorável aos interesses das equipes, insistindo nessa UNIDADE. No entanto, a unidade durante a História, pelo menos até agora, sempre foi mais um discurso que uma prática; é fundamental essa UNIDADE? Interessa a quem? O que está em jogo, além do panorama político-econômico mundial, interferindo diretamente em um esporte-negócio como o automobilismo? Na lógica capitalista do mercado especulativo, o que significa a saída de multinacionais construtoras, a entrada de outras? O que envolve e concerne ao público consumidor deste esporte?
-As equipes menores necessitam do apoio político das maiores; ao mesmo tempo, essas equipes são as mais frágeis se opondo à FIA e aos acordos comerciais com a FOM de Bernie Ecclestone. Sem dúvida, é isso que ocorre com a Williams, e ocorrerá com a Force India e com a Brawn. Eu até incluiria Toro Rosso, mas a ligação com a Red Bull deixa esta equação muito mais confusa.
-O Teto e o Regulamento Duplo, em letras capitulares msm, como se isso já fosse um capítulo consolidado de um livro que verse sobre F1, criaram uma vantagem política p/ a FOTA na guerra de interesses com a FIA, inicialmente, com o discurso da UNIDADE, nessa oposição de interesses, mas depois veio a inscrição da Williams e possivelmente o das outras menores...aí vem dessa que a FOTA rachou. Até eu disse isso. Mas será que houve um racha? É possível afirmar isso, já que dificilmente existe essa Unidade?
Explico então:
As equipes pequenas , e digo as garagistas Williams e Brawn, e a Force India, só fazem isso: competir. E as duas últimas tem um contrato expresso, e Sir Frank já disse que não pode fazer nada, é disso que vive e tem que fazer mesmo sem vontade. A Brawn pode vir com o discurso de que não está mal economicamente (vide Nick Fry), que pode escolher patrocinadores, mas p/ entrar no jogo teve que se amarrar até o pescoço com a FOM. E Bernie "véi num vai deixá barato naum"...
- As grandes equipes, tradicionais de fato ou se apropriando do discurso do "ser tradicional", se usam do discurso de que a inserção de novas equipes irá deturpar a IDENTIDADE da F1. Ora, partindo da idéia que IDENTIDADE é um discurso construído, que existe e é apropriado pelas grandes p/ tanto se distinguirem das menores quanto para se auto-afirmarem dentro do circo, há contudo uma grande incoerência histórica, já que essa F1 vai se modificando ao longo do tempo, vai mudando suas diretrizes e vai acompanhando o ritmo do esporte mundial, que é o da comercialização do mesmo. Não há UNIDADE, há equipes com realidades distintas, com origens diversas e com interesses que ora interagem, ora se dispersam. Como dizer então que há uma identidade da F1,senão várias delas? Será mesmo que o torcedor, que se identifica com uma marca como a Ferrari, e outro que se identifica com uma equipe nova vencendo tudo, como a Brawn, enxergam uma identidade? Há uma identidade de torcedor da F1 p/ começar?
São discursos construídos, é a F1A, esporte e fenômeno humano, que tem que ser percebido nos mínimos detalhes...
Ps: estou na lan de um amigo, meu pc já elvis por esses dias e por isso talvez fique um tanto ausente..mas retornarei =D
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Há uma hora
Sim, bem lembrado, são discursos construídos. Mas algo de novo se passa sob o sol. Dessas imagens a da Unidade da Fota, coesão para manter o poder de investir, é a mais nova, que eu menos acredito. O poder pelo poder da Fia e o poder pelo dinheiro da Fom são os dois elementos mais percebido na construção dos discursos de ambos. Qual deles sobreviverá ou se fortalecerá até 2010? As minhas fichas estão no dinheiro, sempre ele, mas quebrei a cara já com a manutenção desse discurso de coesão. Achava que a todas que não tem fábrica de carro por trás já teriam desertado, mas o discurso não é esse...
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