Os escritores que aceleram neste blog

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acompanho a F1 desde 1994. por vezes o estranhamento choca e traz interesse. gosto de história desde 2002. bons professores trazem a tona paixões que pareciam subexistir. sou Ridson de Araújo, tenho 21 anos, faço História na Universidade Federal do Ceará.

A Redação

Este blog foi criado no intuito de divulgar, publicizar opiniões caladas e pesquisas que em geral não tem o devido espaço que (acreditamos) merecem. A iniciativa foi de Ridson de Araújo, e agora contará com colaboradores. Cada pessoa que se encontra aqui na redação tem o potencial como várias outras pessoas que tem/não tem internet, de pensar e agir. Duas paixões e duas escolhas: História(s) e Velocidade.

O blog, na verdade: é de todos.

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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Classificação dos Pilotos e Construtores após o GP de Cingapura 14/17. Dados e Curiosidades.

PILOTOS:

1°) Jenson Button (ENG/Brawn), 84 Pontos
2°) Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 69
3°) Sebastian Vettel (GER/Red Bull), 59
4°) Mark Webber (AUS/Red Bull), 51,5
5°) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 40
6°) Lewis Hamilton (ENG/McLaren), 37
7°) Nico Rosberg (GER/Williams), 30,5
8°) Fernando Alonso (SPA/Renault), 26
9°) Timo Glock (GER/Toyota), 24
10°) Jarno Trulli (ITA/Toyota), 22,5
11°) Felipe Massa (BRA/Ferrari), 22
12°) Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 22
13°) Nick Heidfeld (GER/BMW), 12
14°) Robert Kubica (POL/BMW), 9
15°) Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari*), 8
16º) Adrian Sutil (GER/Force India), 5
17°) Sebastien Buemi (SWI/Toro Rosso), 3
18º) Sebastien Bourdais (FRA/sem equipe), 2

CONSTRUTORES:

1°) BRAWN MERCEDES-BENZ, 153 Pontos
2°) RED BULL RENAULT, 110,5
3°) FERRARI, 62
4°) MCLAREN MERCEDES-BENZ, 59
5°) TOYOTA 46,5
6°) WILLIAMS TOYOTA, 30,5
7°) RENAULT, 26
8°) BMW, 21
9°) FORCE INDIA, 13
10º) TORO ROSSO FERRARI, 5


DADOS E CURIOSIDADES:


  • 164º Vitória da Equipe McLaren, 2º em 2009;
  • 53º Pódio de Fernando Alonso;
  • 30º Melhor Volta da Equipe Renault
  • 25º Pódio de Lewis Hamilton;
  • 16º Pole Position de Lewis Hamilton;
  • 13º Melhor Volta de Fernando Alonso;
  • 11º Vitória de Lewis Hamilton
  • 10º Vitória do Motor Mercedes-Benz em 2009;
  • 3º Pódio de Timo Glock;

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ah é: as notas do Gp de Cingapura

Na nossa malfadada sessão Ah é: as notas... uma compilação das notas de Ridson de Araújo e Jobson Mendes. Convidamos aos nossos leitores que dêem também suas notas, questionem as nossas e enfim, marquem ativamente sua passagem por esta página. O blog, sempre, é de vcs!



Jobson:

Notas do GP de Cingapura.


1º) Lewis Hamilton (ENG/McLaren). 10.
2º) Timo Glock (GER/Toyota). 10.
3º) Fernando Alonso (SPA/Renault). 8,5.
4º) Sebastian Vettel (GER/Red Bull. 7,5.
5º) Jenson Button (ENG/Brawn). 7,5.
6º) Rubens Barrichello (BRA/Brawn). 7.
7º) Heikki Kovalainen (FIN/McLaren). 5.
8º) Robert Kubica (POL/BMW). 6.
9º) Kazuki Nakajima (JPN/Williams). 4.
10º) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari). 5.
11º) Nico Rosberg (GER/Williams). 5.
12º) Jarno Trulli (ITA/Toyota). 2.
13º) Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari). 4.
14º) Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India). 6.
15º) Jaime Alguersuari (SPA/Toro Rosso). 4.
16º) Sebastien Buemi (SWI/Toro Rosso). 4.
17º) Mark Webber (AUS/Red Bull). 4.
18º) Adrian Sutil (GER/Force India). 1.
19º) Nick Heidfeld (GER/BMW). 6.
20º) Romain Grosjean (FRA/Renault). 1.

Ridson:

Notas do GP de Cingapura.


1º) Lewis Hamilton (ENG/McLaren). 10 ( Bem a corrida toda, dominou um kers cambaleante e aguentou bem a pressão)
2º) Timo Glock (GER/Toyota). 9.5 (Levou arrastando um carro feio e ruim até o 2º lugar. Provavelmente se fosse outro circuito não teria conseguido o feito, mas o que vale é que conseguiu, e contando com a sorte)
3º) Fernando Alonso (SPA/Renault). 9 ( Alonso é espanhol mesmo. Domou o touro que é o carro da Renault... nunca vi carro tão sem equilíbrio)
4º) Sebastian Vettel (GER/Red Bull. 8 (Tinha tudo para disputar com Lewis Hamilton pela vitória, menos controle do limite de velocidade. Não dá p/ saber se foi culpa dele..provavelmente foi. Entretanto, ficou vacilante e precisou de um "se liga" do engenheiro para continuar acelerando e conseguir o 4º lugar)
5º) Jenson Button (ENG/Brawn). 7 (Não fez nada de mais na corrida, e contou com a sorte para ficar na frente de Barrrichello. Correu pensando no campeonato e teve êxito...mas provalvemente campeão, será um campeão xoxo xoxo)
6º) Rubens Barrichello (BRA/Brawn). 6.5 (Pelo fim de semana, era para ter descontado uns 4 pontos de Button. Foi bem na corrida, mas prejudicado por Deus e o mundo- safety car; anti-stall, ondulações... ) e por erros em péssimas horas( batida no sábado em hora errada e sua ainda inabilidade ao lidar com o instável câmbio da Brawn). Essa nota não é menor pq se tornou um exemplo fiel da determinação e da mente forte...com o carrro sem freio passaria Button se tivesse mais 2 voltas...sem dúvida.
7º) Heikki Kovalainen (FIN/McLaren). 5 (Com um carro desses... prejudicado pela batida de Barrichello na classificação e sem brilho, vai ser provavelmente substituído e duvido se terá vaga ano que vem...pode ser na Lotus =P)
8º) Robert Kubica (POL/BMW). 6 (Um ponto muito suado..e nada mais. Kubica vai se aliviando de sair deste maldito carro)
9º) Kazuki Nakajima (JPN/Williams). 5 (Dessa vez ele mereceu um ponto, sinceramente... mas teria ficado em 10º se não fosse o companheiro Rosberg)
10º) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari). 5 (O carro da Ferrari foi para Cingapura? Só sabemos por causa de Kimi... )
11º) Nico Rosberg (GER/Williams). 6 (Torci por este maldito vencer a prova, e teria tido chance de novamente obter um segundo lugar se não fosse a estreitíssima passagem nos boxes... que só ele errou. Então sem desculpas...ferrou uma excelente fim de semana, mas foi responsável pelas únicas ultrapassagens de verdade no dia)
12º) Jarno Trulli (ITA/Toyota). 3 (Trulli se limitou e viu um golpe forte ao ver Glock levar o carro da Toyota tão longe...)
13º) Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari). 4. (Aparentemente aprendeu um pouco mais como domar o pangaré bravo da Ferrari, e ficou limitado pelo tráfego... e nada pôde fazer... espera-se algo de Suzuka e Brasil)
14º) Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India). 5 ( Apagado, mas isso era compreensível..apenas a segunda corrida com esse carro em um circuito desconhecido.)
15º) Jaime Alguersuari (SPA/Toro Rosso). 4 (Jaimito não vinha mal, mas não tem o mesmo talento do contemporâneo ao lidar com touros...deu a fechada que provocou a batida de Sutil e ninguém falou dele)
16º) Sebastien Buemi (SWI/Toro Rosso). 4 (Irregular demais esse cara. Difícil dizer algo dele.)
17º) Mark Webber (AUS/Red Bull). 4 (O 4 é pela ultrapassagem -dita ilegal- em Alonso... o resto foi uma corrida estranha e sem sal que culminou com um abandono trouxa por causa dos freios...que poderia ter sido evitado. Está matematicamente fora do campeonato...e é que pintava como o grande adversário de Button há alguns meses atrás. 3 corridas sem pontuar e dois abandonos fatais)
18º) Adrian Sutil (GER/Force India). 2 (Até sábado...bem. No domingo, a velha inconstância e overdriving dele fizeram o safety aparecer...voltou à pista na hora errada, francamente... Barrichello e Heidfeld deveriam lhe dar um 'prêmio")
19º) Nick Heidfeld (GER/BMW). 6 ( O azarado do fim de semana... erro da equipe o ferrou depois de bons treinos; largar do box e ser abalroado por Sutil foi demais...mas exagerou nas críticas- não o culpo, mas...)
20º) Romain Grosjean (FRA/Renault). 1 ( O gaiato, inútil e pateta da semana... bater na curva da vergonha, e por erro próprio hehe... leva 1 pq foi muito malaca ao correr só p/ não deixar Lucas di Grassi, um adversário pela vaga, ter a oportunidade.. senão seria um 0)

Comentem!

domingo, 27 de setembro de 2009

GP de Cingapura 2009.


E a tão proclamada chuva não apareceu, e o GP de Cingapura apresentou a tradicional fila indiana. Na largada, sempre confusa, alguns toques e esbarrões entre pilotos, mas todos saíram ilesos para completar a primeira volta. Corrida também marcada pelas trapalhadas dos pilotos da Alemanha e pelo grande número de desistências, talvez a maior do ano.



O circuito de Rua de Marina Bay ainda pode melhorar muito nos próximos anos. Os problemas crônicos de ondulações e sujeira foram claros na prova, aliás, um circuito que exige muito dos freios. Romain Grosjean, os quatro carros do grupo Red Bull e Jenson Button apresentaram o problema.



A prova terminou no seu limite de tempo, devido à entrada do Safety-Car causada por ninguém menos que o piloto mais atrapalhado do grid Adrian Sutil. Sim, o alemão da Force India tomou o lugar de Nakajima-San com todas as honras, do posto de afoito e especialista em fazer besteiras. Sutil tentou ultrapassar Alguersuari, rodou e não teve a prudência de esperar os outros pilotos passarem pelo local. Na sua tentativa de voltar rapidamente para a corrida, acertou em cheio a vitima da vez, seu conterrâneo Nick Heidfeld que deve ter ficado irado com o piloto da Force India.



E continuando as trapalhadas dos alemães na corrida noturna, Nico Rosberg deixou escapar um pódio certo, ao perder o controle do carro na saída dos boxes, no seu primeiro pit stop, passando por cima da zebra e da linha branca que limita a saída dos bólidos. Com isso foi punido com um Drive-through indo parar no final do pelotão, pondo um fim no até então, excelente final de semana dele e da Williams.



E o não menos afoito Sebastian Vettel, o alemão da Red Bull excedeu o limite de velocidade nos boxes em seu segundo pit stop. Também pagou um Drive-through, arrebentou o assoalho do carro, perdeu um espelho retrovisor e ainda teve que administrar no final, por problemas nos freios. E finalizou em um surpreendente quarto lugar.



Robert Kubica aproveitou-se do problema dos outros e conseguiu mais um pontinho para a BMW, Heikki Kovalainen está se tornando um verdadeiro sucessor de David Coulthard na McLaren, finalizou em sétimo.



Rubens foi mais comedido na corrida, mas a entrada do Safety-Car prejudicou um pouco sua estratégia, foi sexto. Jenson Button, apesar da má classificação, se deu bem. Largando mais pesado, foi beneficiado pelo Safety-Car e administrou muito bem a corrida e os problemas nos freios no final. Abriu mais um pontinho para seu companheiro da Brawn e já pode consumar o fato no próximo domingo em Suzuka.



Fernando Alonso, autor da melhor volta. Fez uma grande apresentação e provou que realmente anda muito bem no circuito de rua asiático. Primeiro pódio dele e da Renault no ano.



E o Germânico que salvou a pátria em Cingapura foi o surpreendente Timo Glock, que praticamente renovou seu contrato com a Toyota após esse resultado, aliás, o melhor da equipe Japonesa no ano. Glock que já havia conquistado um terceiro lugar na Malásia e agora finalizou em segundo. Só falta vencer!



Desta vez Lewis Hamilton não deixou a vitória escapar. Dominou tranqüilamente toda a prova, simples assim. Agora pode comemorar com sua família, sua namorada e seus convidados do mundo musical que realizaram vários shows nesse final de semana.



Em 2009, parece que Ferrari já deu o que tinha que dá. Kimi em décimo e Fisichella em décimo terceiro. Se bobear, perderá o terceiro lugar no campeonato de construtores para a McLaren.


O resultado da corrida está no post do Ridson, confiram também o texto dele!

Gp de Cingapura- uma corrida de bandeja para Hamilton

Resultado:
1 Lewis Hamilton ING McLaren Mercedes 1:56:06.337 61 voltas
2 Timo Glock ALE Toyota +9.634
3 Fernando Alonso ESP Renault +16.624
4 Sebastian Vettel ALE Red Bull Renault +20.261
5 Jenson Button ING Brawn Mercedes +30.015
6 Rubens Barrichello BRA Brawn Mercedes +31.858
7 Heikki Kovalainen FIN McLaren Mercedes +36.157
8 Robert Kubica POL BMW Sauber +55.054
9 Kazuki Nakajima JAP Williams Toyota +56.054
10 Kimi Raikkonen FIN Ferrari +58.892
11 Nico Rosberg ALE Williams Toyota +59.777
12 Jarno Trulli ITA Toyota +1:13.009
13 Giancarlo Fisichella ITA Ferrari +1:19.890
14 Vitantonio Liuzzi ITA Force India Mercedes +1:33.502


Não completaram Volta/motivo

Jaime Alguersuari ESP Toro Rosso Ferrari 48/abandono
Sébastien Buemi SUI Toro Rosso Ferrari 48/abandono
Mark Webber AUS Red Bull Renault 46/acidente
Adrian Sutil ALE Force India Mercedes 24/abandono
Nick Heidfeld ALE BMW Sauber 20/acidente
Romain Grosjean FRA Renault 4/abandono


Melhor volta

Fernando Alonso ESP Renault 1:48.240 (53ª)
Sem dúvidas uma das corridas mais estranhas do campeonato, o circuito de Marina Bay, na cidade-estado de Cingapura, nos reservou momentos de grande tensão e expectativa. A questão não era se ocorreria uma batida, mas quando aconteceria, e quem se sairia exitoso dela. Um circuito de difícil ultrapassagem, de muitas ondulações e de muitos carros com problemas de freios, já que o item é o mais exigido, junto com o câmbio. Por isso mesmo, foi prudente a atitude da Brawn em trocar o câmbio de Barrichello. No entanto, uma infinidade de fatores contribuiu para deixar dois capítulos à parte: a disputa pela vitória e a disputa pelo campeonato.
A largada ludibriosa
Vitória: E como foi...Hamilton disparando na frente, com Vettel do lado sujo, possibilitaram a Rosberg a segunda posição, algo até previsível pela sujeira da pista.Todos que largaram do lado sujo perderam posições. Todos. Webber, saindo pelo lado sujo, perdeu a posição para Alonso, recuperou pela parte de fora (que até agora não sei porquê é proibido..alguém lembra da saída da curva em Spa? Nunca me lembro do nome da curva, quem puder ajudar a lembrar...)e depois teve de devolver a posição. O grande, supremo beneficiado disso foi Glock, que pulou então para 4º , e bem mais lento que os de trás, deixando a briga pela vítória apenas para os 3 da frente.
Campeonato: Rubens largou bem, e Button também. Entretanto, Rubens pulou de 9º para 7º, e colocou mais uma vez Kovalainen p/ trás (que estava no lado sujo)e entre ele e Button. Só que Rubens ainda superou Kubica, ficando então com Kubica e Kovalainen entre e Button. Cenário perfeito...se fosse em outra corrida! Ficar no ritmo de Alonso e de Webber foi de lascar. Ainda sim, rendendo melhor que Button com os pneus "duros", pneus médios, mas mais duros que os supermacios.
Lá atrás, a batida determinante...de novo
Vitória: a disputa pela vitória foi ficando insossa, até que Hamilton teve de abdicar de usar em toda oportunidade o Kers...assim, trouxe de volta Rosberg e Vettel para a disputa, mas por não muito tempo. Vettel foi acelerando muito para se aproximar de Rosberg...E fez uma parada meio estranha no box. Nada demais. Enquanto Rosberg foi o próximo... e por ser extremamente próxima, a linha do pit lane foi cruzada involuntariamente pelo alemão, que derrapou na sujeira.
Tempos depois... uma batida para lascar tudo...numa fechada de Alguersuari, Sutil também força, e eles tocam... no toque, Sutil bate no muro, e na tentativa de voltar, faz um giro e toca em Heidfeld, que foi o mais prejudicado do fim de semana, com tantas punições e trocas que foi largar do box (trocou câmbio e motor, e foi punido por peso abaixo do exigido). Não teve jeito... Heidfeld foi para uma área de escape, Sutil foi para os boxes trocar o bico, que ficara na pista...entra o safety-car. E aí...
Campeonato: E aí que Butotn entra nos boxes, faz uma excelente parada, e mina a vantagem de Barrichello, que vinha abrindo o suficiente para estar na frente de Button na última parada. Como Barrichello estava mais leve, parou antes. Após sua parada, não conseguiu se manter tão forte quanto antes, mas ainda sim o suficiente. Com o safety car, todos se aproximaram. E aí, a estratégia de Button levou vantagem.
Um Vettel vivo? E um Barrichello?
Vitória: na disputa pela vitória, a coisa se resumiu a Vettel e Hamilton. Mas Vettel fez uma segunda entrada nos boxes distraída. Com isso, superou o limite de velocidade. Depois, ainda perdeu o retrovisor direito. A punição, pelo menos, foi pelo overdriving no box e não por algo bobo como o retrovisor, que é leve demais e não ofereceria risco para ninguém.
Desanimado, Vettel iria perder várias posições pelo drive-through, ajudando a um bem lento Glock e um domador de touros Alonso. Seu engenheiro o advertiu: não tire o pé...e conseguirá superar Barrichello e Button. E fez.
Campeonato: Com isso, diminuiu a diferença para 10 pontos contra Barrichello e ficando vivo na luta pelo título, 25 atrás de Button. Button passa Barrichello na disputa tática e fica com 15 pontos de vantagem para um Barrichello ainda motivado, mas em maus lençóis.
De resto , colegas, só destacar algumas coisinhas...
- Hamilton em 1º, se redimindo. 2º Glock, um sortudo de marca maior. 3º, Alonso, num pódio merecido pela performance, mas imerecido pelo que aconteceu ano passado. Marcou a melhor volta da prova porque saiu no último stint da corrida com pneus macios e bem leve.
- Para que diabos Grosjean correu? Simples: para não dar chance a Lucas Di Grassi. Haverá muita conversa na Renault por esses dias, embora seja improvável que Lucas o substitua nesse ano. Era a grande chance dele, e nada o garantia de ir bem. Mas qualquer possibilidade de negar uma chance a Di Grassi era válida para um inútil Grosjean. Não que seja ruim, mas não é nada bom também e estava com fininha, se c... todo.
- Nakajima vai ter pesadelos com o 9º lugar. Quantas vezes ele bateu na trave?
- Alguersuari fez uma daquelas. Um déjà-vu histórico, relembrando a triste parada nos boxes da Ferrari de Massa. A diferença é que desta vez o piloto foi o erro. Saudades do Bourdais? Pobre mecânico.
- Webber entrou num inferno astral que todos torcíamos ser de Button. Quer dizer...pelo menos eu torcia.
- Mais uma vez, Barrichello sofre um revés em uma hora complicada, que seria necessário um grande resultado. E mais uma vez numa oportunidade em que Button vacilou. O inglês não quebra nada, é incrível...nem o freio, que ferrou com a corrida do Webber deu certo. Entretanto, é fato que Rubens nunca se dá bem quando as coisas lhe estão mais favoráveis. E nessa altura do campeonato, terá que se superar para levar o título para Abu-Dabi. Creio que o vice-campeonato ele ainda consegue, com sobras,só que o título...
Só resta a ele uma coisa agora: vencer. Vencer para garantir vaga ano que vem...para disputar um bom lugar na Brawn. Resta a ele ter cabeça fria, e lembrar que hoje não foi jogo de equipe que o ferrou não... Um pouco de seus próprios erros, e um pouco do safety car na hora errada, fizeram isso.

sábado, 26 de setembro de 2009

Gp de Cingapura: pitacos da classificação, pesos e a luta pelo campeonato enfim de volta

Sem delongas...
1°. Lewis Hamilton (ING/McLaren), 660,5 kg
2°. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 651 kg
3°. Nico Rosberg (ALE/Williams), 657, 5
4°. Mark Webber (AUS/Red Bull), 654,5 kg
5°. Fernando Alonso (ESP/Renault), 658 kg
6°. Timo Glock (ALE/Toyota), 660,5 kg
7°. Nick Heidfeld (ALE/BMW), 650 kg
8°. Robert Kubica (POL/BMW), 664 kg
9°. Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 664, 5 kg
10°. Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 655,5 kg
11°. Kazuki Nakajima (JAP/Williams), 680,7 kg
12°. Jenson Button (ING/Brawn), 683 kg
13°. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 680,5 kg
14°. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), 678 kg
15°. Jarno Trulli (ITA/Toyota), 690,9 kg
16°. Adrian Sutil (ALE/Force India), 693 kg
17°. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso), 683, 5 kg
18°. Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari), 678,5 kg
19°. Romain Grosjean (FRA/Renault), 683 kg
20°. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India), 656 kg
- Nem adianta colocar os tempos, galera. O treino não foi realista. Rubens Barrichello deixou a incógnita no ar ao bater faltando 30 segundos para o fim do treino. Não, não foi de propósito. Nem "ruindade", como muitos poderiam pensar. Fez um milagre no Q2 e queria fazer outro no Q3, mas milagres em ruas com carros avariados não é algo muito costumeiro.
- Péssimo treino das Brawn, que foram mal e acertaram mal a suspensão, deixando o carro à mercê das ondulações da pista. Tive o privilégio de ver todos os treinos até agora, e o que vi foram faíscas, beijos no muro e muita sorte de muita gente. Menos dos Brawn. Essa avaria ferrou o desempenho de Button e de Barrichello, que como antes disse fez milagre ao ir para o Q3 numa última volta fantástica. E indo para o 7º lugar. O carro ficou uma m... mas sendo uma m... fica melhor para Rubens.Só que ele veio p/ largar leve, indo p/ tudo ou nada, por causa de uma troca muito esperada do câmbio, custando-lhe 5 posições.
- As Maclarens e a RBRs fizeram a lição de casa e vieram com excelentes atualizações. Se deram bem. Outro destaque para o rendimento da BMW, que só não foi melhor por conta da batida de Rubinho. A real exceção foi Kovalainen, que muito poderia fazer e se ferrou, indo p/ 10º tempo.
Com a punição do câmbio de Rubens.
- Fisichella sofrendo com o carro indomável, Grosjean sofrendo das tripas e da pressão por estar sem papa-Briatore, Liuzzi sofrendo por não conhecer a pista e Sutil merecendo muito mais que um Force India marcaram o treino na parte de baixo. Rosberg fazendo milagre lá em cima, Alonso outro, que luta com uma jumenta nervosa e renitente....
Para a corrida, sinceramente, não se é possível esperar nada de ninguém. O tempo chuvoso pode vir, e boicotar a corrida. Muitas batidas devem acontecer, e acredito que um maior número de ultrapassagens que o normal devem surgir. Button mais pesado (bem mais) leva uma senhora vantagem sobre Barrichello. Só que em condições normais, o cara não trata legal os pneus mais duros. Vai sofrer um bocado. E tem Kimi atrás dele com um kers. Rubens vai ter que lutar com mais do que a faca nos dentes para se dar bem, mas não é motivo para perder o foco e aconfiança. Afinal, quem remou tanto fortaleceu os braços e não parece afundar assim facilmente perto da costa. Não na de Marina Bay.
Para a disputa pela vitória, torcerei (e muito) pelo Encantado Rosberg, que sim merece a vitória do ano passado. Tomara que Vettel e Hamilton façam uma boa disputa, mas tenham problemas o suficiente para deixar Rosberg na frente. E fico aqui na minha secada total por Button.
Vários motivos...e não são pachequistas.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Histórias da F-1: Renault-Nissan.

Firmada dia 27 de março de 1999 por Louis Schweitzer e Yoshikazu Hanawa, a Aliança Renault-Nissan constituiu um grupo único.


Devido ao mau momento pelo qual passa atualmente a equipe Renault, me recordei de uma história que saiu na imprensa sobre os motivos do retorno da montadora francesa à Fórmula-1 como equipe própria, e não apenas, fornecendo motores.


Tempos atrás saiu na imprensa uma noticia sobre um “suposto” plano da Renault para F-1, quando foi confirmada sua volta a categoria, após adquirir a Benetton.


Segundo o que foi divulgado na época, este plano seria posto em prática quando a Equipe Renault F-1 se estabilizasse, e conseguisse novamente obter sucesso, vencendo campeonatos, e conseqüentemente, voltando a ser um dos grandes e importantes times da categoria.


Contudo, a montadora Renault sairia de cena, e no seu lugar ficaria a outra marca do grupo, no caso a Nissan. Essa jogada seria para promover e fortificar a imagem da montadora Japonesa mundialmente. Depois da reestruturação pela qual a organização passou.


Carlos Ghosn, presidente do grupo Renault-Nissan, bem que poderia analisar com calma essa hipótese. Se a montadora realmente assinou o Pacto de Concórdia, seria uma saída, para a já prejudicada imagem da Renault, que já andou perdendo patrocinadores.


E o quê vocês acham?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Muito rigorosa?


O excelentíssimo Senhor Luca di Montezemolo, resolveu manifestar sua opinião sobre a punição dada pela FIA ao ex-dirigente da Renault, Flávio Briatore, que foi banido da F-1 e do esporte, pela armação do acidente proposital de Ângelo Piquet no GP de Cingapura, na estréia da etapa noturna no Mundial de 2008.



O Presidente da Ferrari relatou aos repórteres que entende que a FIA deve reconsiderar a sentença imposta ao ex-chefe da equipe francesa, pois, acha que a punição foi severa demais, e continuou;


"Sinto muito por Briatore. Ele foi um dos grandes protagonistas da F-1 nos últimos 20 anos. Trata-se de um caso sério e delicado, mas espero que a condenação seja reduzida logo".


O que eu acho interessante é quê, a maior prejudicada pelo episódio que aconteceu na corrida de Cingapura em 2008, foi justamente a Ferrari. Felipe Massa que largara na pole e liderava a prova, e devido à entrada do Safety-Car, teve que também entrar nos boxes para antecipar sua parada, e conseqüentemente, houve o incidente da mangueira de reabastecimento, acabando com as possibilidades de vitória do piloto brasileiro na etapa, dificultando ainda mais, sua luta pelo título da temporada.



Montezemolo, é quem era para estar satisfeito com a justiça sendo feita e com o fato da exclusão do Briatore da categoria, vem com essa de politicamente correto.


Bernie Ecclestone que também andou defendendo o Briatore, disse que a punição dada ao italiano foi “Muito Dura”, - Eu até entendo, pela politicagem e pelo cinismo característico do dono da FOM.


Mas, do Presidente da Ferrari, foi demais!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Textos de História- Liberalismo e Estado

O Histórias e Velocidade orgulhosamente apresenta o texto de Carlo Romani, professor de História Contemporânea da Universidade Federal do Ceará, pesquisador, documentarista e escritor. Romani é um colaborador muito esporádico (e não oficial =P) deste blog, mas sempre com a competência necessária e análise afiadíssima da realida política e econômica de nosso tempo. Com a palavra, o próprio Romani:
LIBERALISMO E ESTADO


Carlo Romani

John Locke como precursor da idéia de sociedade civil em seu Segundo Tratado sobre o governo civil (1680) faz uma clivagem em relação à proposição de Hobbes, no sentido de moderar o poder soberano sob maior controle do social. Com Locke nasce o liberalismo político. E no nascimento dessa idéia, não há uma oposição entre indivíduo/coletividade, uma vez que a coletividade é a SOMA dos indivíduos responsáveis por si mesmos e por extensão responsáveis pela sociedade. Contudo Locke preserva o papel do estado como moderador do social, seja na questão da coerção física, da garantia da segurança individual, como na função de administrador público. Então não há ausência de estado no liberalismo. Há, em utopia, um estado que não deve ser empreendedor (daí a crítica às companhias estatais), mas necessariamente é preciso de um poder soberano que paire além dos indivíduos, portanto, que tenha maior impessoalidade do que os soberanos anteriores. Daí a concessão burguesa às tiranias só se dar em última instância – para garantir a sobrevivência do princípio de propriedade privada na legitimação de Napoleão, Hitler, ou ditaduras militares do século XX – para que ela garanta a riqueza da coletividade dos indivíduos.


Penso que Adam Smith retoma a maior parte dessas idéias num tempo posterior (1780) quando o livre mercado inglês já era uma realidade econômica e constrói um modelo de pensamento liberal que ultrapassa a esfera da política e estabelece o domínio da economia. Por isso é chamado de economia política, porque se trata de organizar a administração de estado da coisa pública e que será tão mais bem feita quanto maior for a riqueza produzida pela sociedade civil, ou seja, pela SOMA dos indivíduos produzindo o bem de uma coletividade nacional fechada, o estado nacional, ou a COMMONWEALTH nome que já aparece em Hobbes. Smith traça uma sistematização dessa escola de pensamento que em sua essência já é iniciada por Hobbes, e coloca nela uma questão central do século XVIII: o trabalho. Porque a burguesia enriquece com o trabalho, ao contrário da nobreza, então o que tem que ser posto como elemento central da economia política é o trabalho. Evidentemente, o trabalho compreendido na lógica liberal de liberdades individuais, de acúmulo limitado de capital (entendido como a soma de todas as propriedades começando pelo próprio corpo – por isso que o corpo passará a ser objeto de política no mundo contemporâneo), o que será o fundamento posterior da escola de Chicago e de sua teoria do capital humano ou social. Sem essa primeira formulação da economia política posteriormente criticada, inicialmente ainda dentro da lógica liberal por Ricardo (1820), não seria possível Marx formular seu problema de re-significação do trabalho como produtor de mais valia. Porém Marx permanece ainda atado ao paradigma da economia política, portanto, permitirá posteriormente a assunção (via Stuart Mills p. ex.) da questão social pelo liberalismo como sendo a função inerente ao estado. Ou seja, para garantir ao conjunto agora ampliado da população – entendida como o corpo político da nação moderna – os meios para que ela exerça positivamente sua individualidade produtiva a serviço do bem comum é necessária a formulação de políticas públicas (redundância semântica já esquecida, uma vez que as políticas do estado liberal geralmente são para o bem privado e não para o público). É por isso que na virada do XIX para o XX, o liberalismo torna-se cada vez mais preocupado com o social. Seja por que a questão da luta de classe foi desmascarada por Marx evidenciando que o capital é gerado pela expropriação do trabalho, seja por que esse mesmo capital, reproduzindo-se por si próprio passa a gerar cada vez mais capital. Esse movimento que é imanente no seio do próprio social, uma vez que pressupõe a libertação das forças produtivas, ou a transferência psicanalítica do desejo sexual para o campo da produção/consumo, trouxe uma transformação na própria economia de mercado. De uma economia fundada na livre troca entre os indivíduos dos bens produzidos, para a constituição de uma economia monopolista, onde há uma concentração brutal das propriedades, pois o individuo mais forte se apropria daquilo que tem o mais fraco, surgindo, então, a figura da corporação que adquire, inclusive, estatuto jurídico igual ao de um cidadão. (Ver o filme THE CORPORATION ).


Daí para o liberalismo ter que ceder a uma administração do tipo Welfare State é um passo. Evidentemente o passo só é dado quando a corda já esta no pescoço, até porque, via de regra, os indivíduos e, por extensão, a sociedade, são conservadores por excelência, somente mudando quando há forte pressão externa ou interna que coloque em risco a sua própria sobrevivência. E essa pressão foi gerada pela crise continuada após a I Guerra que irá levar à quebra dos EUA em 1929. Na verdade tratou-se de um longo e doloroso processo de transferência da hegemonia política do Império Britânico para as mãos dos EUA (supremacia econômica à qual ainda não correspondia a supremacia política no mundo). Um fenômeno que parece estar se repetindo na contemporaneidade com a difícil transição hegemônica do Ocidente e dos EUA em direção ao Oriente, particularmente para a China, a futura potência econômica mas não política. (Ver Giovanni ARRIGHI, O longo século XX e David HARVEY, O novo imperialismo).

Aprecio as observações de Pierre Rosanvallon sobre o estado liberal, pois não existe um liberalismo sem a presença do Estado, e esse estado tampouco pode ser reduzido a um estado mínimo sem gerar o declínio do poder do corpo político da nação. A existência do estado se faz necessária para promover o bem econômico, estabelecer os marcos regulatórios e normativos que permitam as trocas comerciais sem a necessidade de imposição violenta para o cumprimento dos contratos. Portanto, trata-se de uma necessidade congênita do mercado, para manter sua sobrevivência e possibilitar sua ampliação, ter que se submeter aos fundamentos do Direito. Logo a necessidade da intromissão de um ente impessoal como o estado para realizar essa tarefa jurídica. E isto não somente não deixou de existir com o surgimento do conceito do liberalismo, como, pelo contrário, é o próprio fundamento político de sua concepção.


Ainda para analisar o problema numa perspectiva histórica de longa duração seria oportuna a leitura de Michel Foucault (La nasissance de la biopolithique), pois é onde o autor compreende a genealogia do liberalismo contemporâneo do fim do XIX como sendo uma grande máquina administrativa da população. O que o aproximaria em larga medida da compreensão de estado e de racionalidade existente em Max Weber. Com o fim da II Guerra, e a expansão contínua do capital em todas as sociedades do planeta – fenômeno denominado de globalização – caminhamos para um tipo de gestão do político que passa necessariamente pelo poder global. Ou seja, pela instituição de uma nova forma de soberania que ultrapassa o já velho conceito de estado nação característico da burguesia e da primeira fase do pensamento liberal. Esse está sendo o último movimento do liberalismo que ele deve ainda solucionar, um problema complexo em curso, uma clivagem profunda em relação às formas anteriores provocada por uma completa trans-nacionalização das práticas e modos de pensar da vida burguesa. Como a existência do liberalismo é impossível sem a existência do estado, resta saber se será possível essa constituição de uma forma de soberania de estado do tipo planetária, para além do velho paradigma do estado nacional: o tamanho do alcance do Império. (Ver a teoria de Antonio Negri no livro Império). Esse parece ser o problema do presente. Sem um Império global assistiríamos à re-feudalização do capitalismo, o que, para muitos teóricos como o italiano Bruno Rizzi, estudioso do desmembramento do antigo Império Romano, já estaria em curso desde o fim da II Guerra (La rovina antica e l’età feudale). Em sua opinião, a contradição existente entre os interesses locais e os globais levaria a uma incompatibilidade de gestão do capital em nível planetário, provocando, assim, sua lenta e contínua fragmentação com o surgimento de contínuas fissuras nas estruturas sociais e geração de comandos de poder locais de difícil controle.

Retomando o tema do início, portanto o Estado não somente é a parte integrante do liberalismo como é sua própria essência constitutiva. Só que nós confundimos a idéia de Estado com a idéia de coisa pública, com a noção de coletividade, ou com comunismo, como o Estado sendo um meio para o bem comum para todos, isto sim uma idéia utópica do Estado que não existe na teoria liberal. É com a herança de um Marx mal lido, deturpada, diga-se de passagem, pelo marxismo ortodoxo leninista populista de tomada do estado como meio e fim de solucionar a questão social, que se estabeleceu esse hipotético paradoxo de incompatibilidade entre o pensamento liberal e a existência do estado, paradoxo que, como mostra Rosanvallon, nunca houve.


Penso também que a leitura do marginal Max Stirner com o seu O único e sua propriedade, cuja crítica formulada por ele já em 1840 em seu capítulo sobre “Os livres” mostrava que o liberalismo nada mais é que a glorificação máxima do indivíduo, não como ente livre, mas como servo passivo do estado. Não mais escravo, nem servo de um nobre ou de um rei soberano qualquer, que ele sabia quem era. Mas servo de uma impessoalidade que não tem rosto, nem nome, nem cara, que o premonitório Hobbes definiu como Leviatan. Daí não existir a mão invisível do mercado, uma quimera, pois o que existiria é a mão invisível do estado uma vez que os atores principais do mercado são também os protagonistas do estado. Essa é a crítica anárquica seminal ao liberalismo e ao Estado. E por extensão, nunca haverá comunismo, ou seja, uma coletividade livre de indivíduos plenos enquanto houver qualquer forma hierárquica de centralização diretiva. Por uma razão que antecede a própria formulação do problema: os instrumentos de gestão centralizados como o estado que cobra tributos do cidadão em troca de uma representação deste naquele (definição burguesa para a democracia moderna e a solução encontrada por Smith para legitimar no pensamento liberal a função do estado) não podem ser separados dos indivíduos que os ocupam. Portanto, esse tributo que o grande proprietário paga é o mesmo que ele recebe quando se torna diretamente (p. ex. José Sarney) ou indiretamente (p. ex. as empresas que ganham as licitações oferecidas por ele), a pessoalidade desse estado tido como impessoal. Assim, para diminuir esse problema, mas não erradicá-lo, o liberalismo político pode-se tornar tanto mais eficiente quanto mais ele tiver forças para ampliar a participação do indivíduo no usufruto dos bens tributados pela soberania da impessoalidade do Estado liberal (ou seja, quanto mais sarneizinhos e empresinhas vencedoras de licitação existir). Essa é a utopia liberal: um mundo, um planeta todo pleno de cercas com cada qual tomando conta de seu quinhão. Quando tudo tiver dono então a gestão produtiva será otimizada. E para realização dessa tarefa é imprescindível um ente abstrato como o estado.

Arrependimento e fim da linha


Só quem passou por uma situação limite na vida, sentindo que fez algo realmente grave e desejando de verdade se retratar entenderá as palavras de Nelsinho Piquet:


"Eu me arrependo amargamente das minhas ações ao seguir as ordens que me foram dadas. Desejo a cada dia que eu não tivesse feito isso".


"Estou aliviado que a investigação da FIA tenha sido concluída. Aqueles que hoje dirigem a equipe Renault tomaram a decisão, assim como eu fiz, de que é melhor que a verdade seja revelada, aceitando as consequências. A coisa mais positiva que surge por trazer isso à atenção da FIA é o fato de que nada similar vai acontecer novamente."


É. Sem cair na hipocrisia nem na odisséia do esquecimento público, Piquet Jr. terá um longo caminho pela frente. Embora a FIA tenha uma clara política pública de bate-assopra, as equipes e os pilotos terão que ser bem mais originais e mais obscuros se quiserem agir dessa forma de novo. A maioria das pessoas condenará com razão, mas hipocritamente os feitos do trio Piquet- Symonds- Briatore. Hipocritamente porque esquecerá no cotidiano suas próprias falhas, enxergando no espetáculo da desordem um refúgio psicologicamente seguro para as intempéries do dia-a-dia.


O esporte de alto rendimento guarda essa chave. A circularidade de seus acontecimentos, via internet a milhões de K--bites por segundo e a dureza de suas relações políticas e econômicas gera distúrbios consumidos e reconsumidos. Daniel Médici já o destacava com razão no seu Cadernos do Automobilismo. Entretanto, vale a seguinte ressalva de Piquet Jr para o episódio e a lembrança de que nós, embora sonhemos com algo assim, nem de longe estamos preparados para sua louca realidade...ser um piloto de F1:


"Não sei o quanto a minha explicação vai fazer as pessoas entenderem, porque para muitos ser um piloto de corrida é um privilégio fantástico, como foi para mim. Tudo o que posso dizer a você é que a minha situação na Renault se tornou um pesadelo"


"Tendo sonhado em ser um piloto de F1 e tendo trabalhado tão duro para chegar lá, me encontrei à mercê de Briatore. O seu verdadeiro caráter, que antes era conhecido apenas por aqueles que foram tratados assim no passado, agora foi revelado."


Para ele, no entanto, é saber de seu real poder de reação frente às sociedades que o acompanharam, e à sociedade que quer regressar...ele tem condições de "recomeçar"? Eu não me surpreenderia se sim, já que a categoria também é feita disso, e talvez isso nos seja a razão de tanto estranhamento e fascinação. Se eu fosse ele, lutaria ao máximo para conseguir voltar, e daria o máximo para mostrar serviço, se recebendo uma segunda chance. Talento ainda acho que tem, vale saber se tem força interna para tanto. Ele que o diz:


"Tive de aprender algumas difíceis lições nos últimos 12 meses e reconsiderar o que valioso na vida. O que não mudou foi o meu amor pela F1 e a fome de correr novamente. Percebi que tenho de começar minha carreira do zero. Só posso esperar que uma equipe reconheça o quanto eu estava sufocado na Renault e me dê uma oportunidade de mostrar o que prometi na minha carreira na F3 e na GP2."


Game is over. And GP2?

Briatore's over. Banido do esporte para todo o sempre, pode levar processo criminal na Inglaterra, não terá mais acesso ao paddock e ainda seus pilotos gerenciados por ele terão de romper contrato se quiserem renovar a super-licença. Perdeu muito mais do que poderia perder, e vai tarde. Só que também abocanhou muito mais do que deveria ter abocanhado, e isso o fará como uma sombra. O que podemos esperar agora da GP2? Briatore vende sua parte? Usa um terceiro nas negociações da categoria?
A GP2 ainda fará parte do consórcio Renault com a FIA?
Pat Symonds também sofreu punição, só que de 5 anos. Provavelmente fará outra coisa até lá. E voltará. Até o tosco do Gascoyne voltou, por quê ele não voltaria? Só se não quiser mais sujar sua imagem publicamente, embora sua imagem valha muito menos que qualquer um dos outros envolvidos.
A Renault, por sua vez, saiu quase ilesa. Suspensa sob a forma de sursis, ela só toma a punição de fato (por dois anos) se cometer outro ato falho. A FIA não poderia perder a Renault assim de graça, mas isto tem muito intermédio de Ecclestone. A F1 precisa da marca nem que seja pelos motores. Ele mesmo precisa dela para a GP2, ou pelo menos por enquanto. Sinceridade...? Esta categoria de acesso só tende a crescer e deveria imediatamente ser alvo de mais outras montadoras, fazendo uma mini- F1 e colocando seus pilotos de desenvolvimento no teste de fogo, uma categoria competitiva de acesso que vai engolir de vez a F2 em uns anos.



sábado, 19 de setembro de 2009

28 carros!


Logo depois do anúncio da promoção da Lotus Malaia pela FIA, como a 13ª equipe a integrar o mundial de F-1 em 2010. A BMW veio comunicar a venda do que restou dela a um grupo de investidores. Trata-se de uma companhia de fundos de investimentos, especializada em controlar as riquezas de poderosas famílias do Oriente Médio e da Europa.


Os investidores informaram que também esperam integrar o grid da F-1 no Mundial do ano que vem. Assim, a categoria pode ter 14 equipes em 2010, todavia, a FIA já havia confirmado a Lotus, na 13ª e última vaga que era da BMW-Sauber.



A entidade máxima do automobilismo afirmou que recebeu uma inscrição "impressionante" da BMW, mas, diante das incertezas sobre o futuro da equipe, preferiu conceder a vaga à Lotus.



Para surpresa de muitos, a FIA indicou que pode conceder uma vaga extra entre os participantes do próximo campeonato e informou que o grid pode ser aumentado para 28 carros. Essa nova equipe será a primeira opção em caso de desistência de uma das já escolhidas. Para isso, a federação vai consultar "urgentemente" as equipes (FOTA) atualmente na F-1 sobre a possibilidade de uma mudança na regra.


É de se estranhar essa boa vontade da FIA, talvez seja para derrubar de vez a idéia do Luca Di Montezemolo, da Ferrari em implantar a regra e três carros por equipe.


E é justamente a Ferrari que talvez possa vir a ser parceira, da digamos, “Nova Qadbak/Sauber”. Enquanto espera saber se correrá em 2010. O grupo suíço QADBAK que comprou a BMW, já estuda os aspectos técnicos para colocar seu time em funcionamento e a Ferrari é a favorita para o fornecimento de motores para a novo time no ano que vem.


Devido a um longo relacionamento de Peter Sauber com os italianos, não é de se estranhar o futuro acordo. Se bem, que a Sauber nunca venceu com os motores italianos. E também resta saber se nome Sauber será mantido ou até mesmo se Peter Sauber permanecerá na escuderia.


Também não é de se estranhar esse novo perfil de investidores do oriente na F-1, já quê, tanto Ferrari como McLaren têm suas ações nas mãos desses poderosos investidores do Oriente Médio.

Será que o futuro da F-1 está reservado para eles?

Não tinha outro nome, não?


O Blog anda meio parado, devido aos problemas com a Faculdade e emprego. Tanto eu como o Ridson tivemos uma semana cheia. Enfim, vamos tentar normalizar tudo e prosseguir. Apesar de alguns assuntos já estarem defasados, acho importante comentar, vamos lá!


Interessante, como nenhuma das equipes que eram as francas favoritas a ter uma chance na F-1, na licitação promovida pela FIA, foi escolhida. Epsilon Euskadi e Prodrive que demonstraram ter um projeto sério e uma estrutura sólida para se firmar na categoria. Ficaram de fora novamente.


Considero a Lotus de Colin Chapman a melhor equipe que já passou pela F-1 até hoje. A lendária equipe que já contou com os melhores carros e com os mais ilustres pilotos de sua época como Jim Clark, Graham Hill, Mário Andretti, Jochen Rindt, Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna, além de outros grandes pilotos que passaram por lá, mas o grande diferencial da equipe sempre foi Colin Chapman, fundador, projetista e chefe da equipe que ao morrer em 1982 tornou-se um mito.


Apesar de não ter visto os carros de Chapman correr, considero a Lotus Preta o carro mais bonito de todos os tempos, principalmente, o que era pilotado por Ayrton Senna, que infelizmente não conquistou títulos com a escuderia, mas foi a equipe que lhe proporcionou a primeira vitória em sua carreira.


Então, para minha surpresa, a escolhida pela FIA para o 13ª vaga na F-1 foi a Lotus, quer dizer a Litespeed, ou seria a Proton. Não se sabe realmente, mas talvez seja uma junção disso tudo. Vou tentar explicar mais adiante. É certo que eles usarão o glorioso nome Lotus, para minha indignação. Não tinha outro nome, não?


Essa pseudo Lotus que terá o inexpressivo Mike Gascoyne, como diretor-técnico, aquele mesmo que brigou com o Cristiano da Matta, sendo o causador de sua demissão da Toyota. Usará a estrutura da Litespeed, uma equipe de F-3 da Inglaterra, com dinheiro da Malásia, vindo da Proton, uma empresa estatal que faz carros no país, e tem os direitos do uso da marca inglesa, pois, a mais de dez anos é a sua proprietária. O chefe da equipe será o malaio Tony Fernandes, dono da AirAsia, uma empresa aérea que atualmente patrocina a Williams. E serão impulsionados pelos defasados motores Cosworth, como impôs a FIA.


Se por um lado há quem comemore ver esse retorno da marca a F-1. Acredito que esse grupo de investidores aventureiros, não vão saber honrar a história da marca, criada por Colin Chapman e que teve sua última aparição nas pistas em 1994. Pelo menos o nome está de volta, até quando?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ah é: as notas do Gp da Itália

Eu aqui apresentarei e reafirmarei a avaliação feita pelo Jobson Mendes, grande colaborador e co-piloto aqui do Historias e Velocidade.
Notas do GP da Itália.


1º) Rubens Barrichello (BRA/Brawn). 10. Grande corrida e merecida vitória, assumiu o risco de correr com o câmbio defeituoso, e provou que valeu a pena. Ajudou a si mesmo e a equipe como um todo. Agora, é o franco atirador!
2º) Jenson Button (ENG/Brawn). 10. Assim como o companheiro, também teve um desempenho soberbo em Monza. Livrou-se de Heikki no inicio e acompanhou Rubens de perto, está quase lá!
3º) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari). 9,5. Fez as honras da casa, quarto pódio seguido. Definitivamente, demonstra ser o piloto que melhor faz uso do KERS. Cadê, o Alonso não ia ser anunciado no lugar dele em Monza?
4º) Adrian Sutil (GER/Force India). 8. Pilotou um verdadeiro foguete, autor da melhor volta. Finalmente pontuou pela equipe indiana. Mas, continuou com suas trapalhadas, quase acerta um belo strike nos pobres mecânicos. Felizmente todos se salvaram. E dessa vez, não jogou fora sua ótima prova.
5º) Fernando Alonso (SPA/Renault). 7. Alheio as politicagens da equipe francesa. Novamente munido com o KERS, fez um grande trabalho dentro das possibilidades.
6º) Heikki Kovalainen (FIN/McLaren). 5. Adora um sexto lugar. Enquanto Hamilton faz acontecer, Kovalainen espera acontecer. Mesmo marcando pontos não demonstra atitude competitiva.
7º) Nick Heidfeld (GER/BMW). 7. Fez uma boa corrida, reutilizando um motor do começo da temporada. Apenas uma parada, finalizou nos pontos.
8º) Sebastian Vettel (GER/Red Bull). 4. Não se encontrou em Monza. Será que sentiu falta da chuva?
9º) Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari). 4. Discretíssimo na sua estréia pela Ferrari. Esperava mais!
10º) Kazuki Nakajima (JPN/Williams). 5. Até que foi bem, um dos protagonistas da disputa mais divertida do dia. Nakajima-San duelou contra as duas Toyotas!
11º) Timo Glock (GER/Toyota) 5. Sem grandes aspirações na prova, batalhou animadamente contra Trulli e Nakajima pela décima posição.
12º) Lewis Hamilton. 6. Era o pole e favorito a vitória, mas não conseguiu abrir vantagem suficiente para os carros da Brawn. Na última volta, no melhor estilo a La Montoya, andando no limite, perdeu o controle do carro e jogou fora o pódio. Pelo menos arriscou!
13º) Sebastien Buemi (SWI/Toro Rosso). 4. Sua corrida se resumiu a uma bela ultrapassagem sobre o Fisichella.
14º) Jarno Trulli (ITA/Toyota). 5. Faz suas últimas corridas pela Toyota. Em determinado momento da corrida, resolveu chutar o balde, e partiu para cima do Glock e do Nakajima. Deixou a apatia de lado, passeou na brita. Foi divertido, realmente.
15º) Romain Grosjean (FRA/Renault). 3. Fez um bom treino. Na largada se estranhou com alguém, perdeu tempo. Dessa vez conseguiu completar a prova.
16º) Nico Rosberg (GER/Williams), 3. Teve um pneu furado, após a largada. Fez uma parada extra. Enfim, muitas infelicidades na Itália.
17º) Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India) 7. Ótimo retorno, andou forte durante todo final de semana. Adaptou-se muito bem ao carro, e o circuito ajudou. Marcaria pontos, mas teve que abandonar pela quebra do câmbio.
18º) Jaime Alguersuari (SPA/Toro Rosso). 2. Largou dos boxes, vinha atrás do companheiro quando foi vitimado câmbio.
19º) Robert Kubica (POL/BMW). 2. Estranhou-se com Webber, danificou a asa dianteira, foi chamado pela direção de prova para troca do mesmo.
20º) Mark Webber (AUS/Red Bull). 2. Primeiro a abandonar a corrida após o toque com Kubica. Maior prejudicado na etapa, praticamente deu adeus às aspirações de lutar pelo título.
Por Jobson Mendes

Acredito que a minha única mudança seja à nota de Giancarlo Fisichella. Eu daria um 5, pela coragem com que vem enfrentando o novo desafio de correr pela Ferrari, tendo um Force India rendendo tão bem. Mas vale lembrar que Vitantonio Liuzzi correu com o carro dele, e o problema foi do carro, e não do bom Liuzzi num ótimo fim de semana. Ele não pareceu ter forçado o carro para além das capacidades, o que teria dado uma decepção escabrosa para Fisichella.
Por Ridson de Araújo
Avaliação do campeonato:
Na briga do campeonato, a disputa favorecerá à Brawn, pelos dois carros estarem em franca disputa um contra o outro, e em circuitos que em sua maioria beneficiarão o carro. Sinceramente, embora torça por Rubinho, creio que esse ele só leva se acontecer uma trouxidade enorme com Button como ocorreu com Hamilton em 2007. E Button parece ter se tocado do real risco que sofria, e agora corre sem querer se arriscar. Para Rubens, que não tem nada a perder, o importante é lutar com tudo, errar o menos possível e mostrar que tem plenas condições de dirigir um bom carro ano que vem. E vencer o máximo de corridas que der. Acho que ele ainda vence mais uma dessas. Duas sendo otimista.
A Brawn GP é que tem mais é que deixar os dois disputarem mesmo, pq isso será bom para o campeonato e para conseguir um inédito 1-2 para uma equipe iniciante. Assim, ela garante todos os melhores patrocínios para ano que vem e o motor Mercedes. E uma boa briga de campeonato para a F1, saudável e crucial num momento tão sujo e escabroso que a categoria vive neste ano.
Comentem, avaliem as notas do Jobson e meus subsequentes comentários!

Classificação dos Pilotos e Construtores após o GP da Itália 13/17. Dados e Curiosidades.

PILOTOS:

1°) Jenson Button (ENG/Brawn), 80 Pontos
2°) Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 66
3°) Sebastian Vettel (GER/Red Bull), 54
4°) Mark Webber (AUS/Red Bull), 51,5
5°) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 40
6°) Nico Rosberg (GER/Williams), 30,5
7°) Lewis Hamilton (ENG/McLaren), 27
8°) Jarno Trulli (ITA/Toyota), 22,5
9°) Felipe Massa (BRA/Ferrari), 22
10°) Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 20
11°) Fernando Alonso (SPA/Renault), 20
12°) Timo Glock (GER/Toyota), 16
13°) Nick Heidfeld (GER/BMW), 12
14°) Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari*), 8
15°) Robert Kubica (POL/BMW), 8
16º) Adrian Sutil (GER/Force India), 5
17°) Sebastien Buemi (SWI/Toro Rosso), 3
18º) Sebastien Bourdais (FRA/sem equipe), 2

CONSTRUTORES:

1°) BRAWN MERCEDES-BENZ, 146 Pontos
2°) RED BULL RENAULT, 105,5
3°) FERRARI, 62
4°) MCLAREN MERCEDES-BENZ, 47
5°) TOYOTA, 38,5
6°) WILLIAMS TOYOTA, 30,5
7°) BMW, 20
8°) RENAULT, 20
9°) FORCE INDIA, 13
10º) TORO ROSSO FERRARI, 5

DADOS E CURIOSIDADES:

• 68º Pódio de Rubens Barrichello;
• 62º Pódio de Kimi Raikkonen, quarto consecutivo;
• 23º Pódio de Jenson Button;
• 15º Pole Position de Lewis Hamilton;
• 11º Vitória de Rubens Barrichello, sendo a terceira em Monza;
• 9º Vitória do Motor Mercedes-Benz em 2009;
• 8º Vitória da Equipe Brawn em 2009;
• 4º Dobradinha da Equipe de Ross Brawn, primeira com Rubens na frente;
• 1º Melhor Volta de Adrian Sutil;
• 1º Melhor Volta da Equipe Force India.

domingo, 13 de setembro de 2009

GP da Itália 2009.


A prova de hoje em Monza foi bastante disputada no seu inicio após a largada, com várias ultrapassagens e pequenos toques entre os pilotos. Depois que tudo se estabilizou, não aconteceu mais nada de muito interessante, só alguns momentos mais críticos e divertidos, com os pilotos que saíam dos boxes e que chegavam a dividir curvas, um escorando o outro, como exemplo os kamikazes Trulli, Nakajima-San e Glock.


Lewis Hamilton, novamente derrotado por Rubens Barrichello, antes o favorito para vencer tanto em Valência como em Monza. O inglês que largou na pole, estava mais leve e não conseguiu abrir vantagem suficiente para os carros da Brawn, após suas duas paradas. Já a equipe de Ross Brawn, acertadamente, escolheu uma estratégia de apenas uma parada para seus dois pilotos, invertendo os tipos de pneu de cada um.


Na última volta Lewis tentava pressionar Button, mas perdeu o controle do carro na curva de Lesbo, bateu forte, desperdiçando um pódio certo, pódio este, que caiu no colo de Kimi Raikkonen para alegria dos torcedores Ferraristas. Aliás, Kimi Raikkonen que vem em uma grande recuperação no campeonato se mostra o piloto que melhor faz uso do KERS. Excelente largada, e assim como em Spa, teve que controlar o ímpeto durante toda a prova de um piloto da Force India, desta vez, Adrian Sutil.


Adrian Sutil, que finalmente marcou pontos pela equipe indiana, mas quase joga tudo para espaço na parada dos boxes, onde quase fez um belo strike nos mecânicos. Enfim, autor da melhor volta. Vitantonio Liuzzi vinham em ótima prova em seu retorno a categoria, abandonou após a quebra do câmbio. Fernando Alonso conseguiu um honrado quinto lugar para a escandalosa Renault.


Heikki Kovalainen, se atrapalhou, perdeu várias posições nas primeiras voltas, por estar mais pesado, teve novamente um desempenho apagado. Enquanto Hamilton parte para briga, Kovalainen passa a impressão de quem espera ver o quê acontece com os outros competidores. Assim sendo, tem se tornado um piloto sem atitude nas corridas, apesar de conseguir pontuar.


Nick Heidfeld em um ótimo sétimo lugar para a BMW e um irreconhecível Sebastian Vettel em oitavo, praticamente dando adeus a luta pelo título, assim como Mark Webber, que pela terceira vez consecutiva não marca pontos. Deixando a Red Bull praticamente fora da disputa do título dos Construtores.


Jenson Button em uma ótima prova seguiu a risca a tática da Brawn. Largou bem, despachou o Kovalainen no inicio, manteve Rubens bem perto, mas não chegou a brigar diretamente por posição com o companheiro. Manteve a calma quando foi pressionado por Lewis. Pilotou como campeão, marcou pontos valiosos para garantir o campeonato, e já me arrisco a dizer que o inglês colocou a mão na taça.


Rubens Barrichello assumiu o risco de correr com o câmbio “defeituoso”e cumpriu com louvor a tática da equipe. Derrotando mais uma vez Lewis e a McLaren. Vence pela terceira vez em Monza, e a segunda vitória nas últimas três corridas, ajudando a Brawn a praticamente garantir o título dos Construtores. Passa a ser o franco atirador pela luta do título. O que vier é lucro.


Quase me esqueço de citar o Fisichella. O italiano fez uma corrida discretíssima, pouco lembrado na transmissão da corrida. Esperava-se mais dele. O quê há com essa Ferrari de número 3?


Chegada:


1°) Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 53 voltas em 1h16min21s706
2°) Jenson Button (ENG/Brawn), a 2s866
3°) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 30s664
4°) Adrian Sutil (GER/Force India), a 31s131
5°) Fernando Alonso (SPA/Renault), a 59s182
6°) Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), a 1min00s693
7°) Nick Heidfeld (GER/BMW), a 1min22s412
8°) Sebastian Vettel (GER/Red Bull), a 1min25s427
9°) Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari), a 1min26s856
10º) Kazuki Nakajima (JPN/Williams), a 2min00s000
11°) Timo Glock (GER/Toyota), a 2min43s925
12°) Lewis Hamilton (ENG/McLaren), a 1 volta
13°) Sébastien Buemi (SWI/Toro Rosso), a 1 volta
14°) Jarno Trulli (ITA/Toyota), a 1 volta
15°) Romain Grosjean (FRA/Renault), a 1 volta
16°) Nico Rosberg (GER/Williams), a 2 voltas

Não concluíram:

17º) Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India), 22 voltas
18º) Jaime Alguersuari (SPA/Toro Rosso), 19 voltas
19º) Robert Kubica (POL/BMW), 15 voltas
20º) Mark Webber (AUS/Red Bull), 0 voltas

Melhor volta: Adrian Sutil (GER/Force India) - 1min24s739 (36ª volta)

sábado, 12 de setembro de 2009

Pesos. GP da Itália. Classificação.

Saudações a todos, como sempre o autódromo de Monza lotado com os torcedores Ferraristas. A atenção dos italianos para a estréia de Giancarlo Fisichella na Ferrari em substituição ao camarada Luca Badoer que, aliás, está presente no circuito assim como Michael Schumacher de contrato renovado com escuderia Rossa. Fisichella notadamente nervoso nesse final de semana, até já declarou isso e ainda se diz pressionado por correr na Ferrari, apesar do sonho realizado. Teve um desempenho regular passou ao Q2 e ficou por lá mesmo, entretanto, já faz um papel mais digno que seu antecessor na difícil tarefa de substituir Felipe Massa.



O que chama atenção é o domínio que vem exercendo os motores Mercedes-Benz na categoria pela força e pela confiabilidade, e não é de hoje. Desde 2007 não me lembro de nenhuma quebra dos motores alemães. Todos os carros equipados com os propulsores da Mercedes-Benz chegaram com sobras ao Q3 no treino classificatório de hoje em Monza. E mais, dos sete primeiros colocados no grid, há os seis carros empurrados com os motores Mercedes-Benz, sendo que, o único intruso é a Ferrari de Kimi Raikkonen, que está em ótima fase, sai em terceiro.



Vitantonio Liuzzi teve uma excelente apresentação em seu retorno à categoria, parado desde 2007 quando deixou a Toro Rosso, e aceitou o papel de piloto reserva na Force India. E agora com a ida de Fisichella para a Ferrari, está aproveitando a oportunidade no agora competitivo carro indiano, sai em sétimo. Já Adrian Sutil sai em segundo, por pouco não ficou com a pole, mas seu histórico em corrida não é dos melhores, pois sempre peca e deixa escapar um bom resultado, tanto que nunca pontuou na carreira. Enfim, é a melhor classificação da equipe em sua curta história na F-1.



A Red Bull segue sua árdua tarefa em economizar motores para conseguir manter viva as esperanças por título. Webber sai em décimo e Vettel em nono. A equipe B do Grupo Red Bull que no ano passado viveu seu auge, em Monza, deixa consolidada agora o papel de pior equipe do ano, são os últimos do grid vão largar bem pesados. Começo a achar que o Bourdais teve sorte em deixar a Toro Rosso.



Continuando com as decepções, ao contrário dos alemães, os japoneses não tem o que comemorar. A Williams que já descartou os motores Toyota para 2010 e conseqüentemente se livra do Kazuki Nakajima. O japonês larga em 17º e o constante Rosberg em 18º. Já a montadora conseguiu um 16º com Glock, o mais pesado do grid e aparentemente um milagroso 11º com Trulli. A BMW que ainda está à venda, não está conseguindo fazer uma boa propaganda para os interessados em adquirir os espólios do time. Pobres Heidfeld e Kubica.


A escandalosa Renault sempre dependendo do arteiro Fernando Alonso, novamente munido de KERS em Monza, conseguiu um 8º. Grosjean passou ao Q2, tremei quem larga perto dele.


A Brawn fez um ótimo treino para quem não tem KERS, já era notório que seus carros largariam mais pesados para fazer apenas uma parada. Agora com a confirmação dos pesos, dos dez primeiros Button e Barrichello são os mais pesados. Button que voltou a andar bem e fez o melhor tempo do final de semana. Quanto a Rubens, que larga na frente de seu companheiro, mas isso pouco importa se novamente se atrapalhar na largada. A equipe até estuda a troca de seu câmbio, caso aconteça Barrichello perde 5 posições. O piloto declarou que não quer a troca!



Heikki em 4º tem tudo para fazer uma boa corrida, pois está entre os mais pesados, já o pole position Lewis Hamilton confirma o crescente desempenho da McLaren na segunda fase do campeonato, mas é o mais leve do grid. Vai tentar disparar na frente.


Fica o suspense se a corrida será sob tempo chuvoso.


Pesos


As posições de largada na frente dos nomes.


1º) Lewis Hamilton (ENG/McLaren), 653,5 kg
2º) Adrian Sutil (GER/Force India), 655
3º) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 662
8º) Fernando Alonso (SPA/Renault), 677,5
7º) Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India), 679,5
9º) Sebastian Vettel (GER/Red Bull), 682,0
4º) Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 683
10º) Mark Webber (AUS/Red Bull), 683
6º) Jenson Button (ENG/Brawn), 687
13º) Robert Kubica (POL/BMW), 697,5
5º) Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 688,5
14º) Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari), 690.0
15º) Nick Heidfeld (GER/BMW), 697,5
12º) Romain Grosjean (FRA/Renault), 699,8
11º) Jarno Trulli (ITA/Toyota), 703,0
19º) Sebastien Buemi (SWI/Toro Rosso), 706
20º) Jaime Alguersuari (SPA/Toro Rosso), 706
17º) Kazuki Nakajima (JPN/Williams), 706,2
18º) Nico Rosberg (GER/Williams), 708,6
16º) Timo Glock (GER/Toyota), 709,8

Confiram também os comentários do Ridson no post anterior.


Gp da Itália- classificação e pitacos


1 Lewis Hamilton ING McLaren Mercedes 1:24.066
2 Adrian Sutil ALE Force India Mercedes 1:24.261 +0.195
3 Kimi Raikkonen FIN Ferrari 1:24.523 +0.457
4 Heikki Kovalainen FIN McLaren Mercedes 1:24.845 +0.779
5 Rubens Barrichello BRA Brawn Mercedes 1:25.015 +0.949
6 Jenson Button ING Brawn Mercedes 1:25.030 +0.964
7 Vitantonio Liuzzi ITA Force India Mercedes 1:25.043 +0.977
8 Fernando Alonso ESP Renault 1:25.072 +1.006
9 Sebastian Vettel ALE Red Bull Renault 1:25.180 +1.114
10 Mark Webber AUS Red Bull Renault 1:25.314 +1.248
11 Jarno Trulli ITA Toyota 1:23.611
12 Romain Grosjean FRA Renault 1:23.728
13 Robert Kubica POL BMW Sauber 1:23.866
14 Giancarlo Fisichella ITA Ferrari 1:23.901
15 Nick Heidfeld ALE BMW Sauber 1:24.275
16 Timo Glock ALE Toyota 1:24.036
17 Kazuki Nakajima JAP Williams Toyota 1:24.074
18 Nico Rosberg ALE Williams Toyota 1:24.121
19 Sébastien Buemi SUI Toro Rosso Ferrari 1:24.220
20 Jaime Alguersuari ESP Toro Rosso Ferrari 1:24.951

Eis os tempos desta sessão de treinos classificatórios para o GP da Itália, que será disputado na incrível Monza. Ainda devo um post para falar sobre a relação dos italianos com a velocidade, mas é por uma boa causa (estou tentando conseguir uma entrevista com um professor da Universidade Federal do Ceará, historiador e grande conhecedor do universo operário e anarquista italiano, além de ser descendente dos italianos e de já ter estado lá. O nome vocês ainda verão por aqui mais vezes, espero.
Vamos ao que interessa:
- Hamilton vem muito bem com a Maclaren. A suspensão nova, o Kers e o novo pacote aerodinâmico, mais refinado e arrojado, deu muito certo. E lá dentro temos um Hamilton se afiando e muito nesta temporada. Mostrou firmeza para a classificação, deve estar mais leve que as Brawns, óbvio, mas nada que o tire da posição de favoritíssimo à vitória. Eu creio que neste momento o grande adversário de Barrichello na disputa pelo título sejam as maclarens, que vão tirar pontos preciosíssimos. Kovalainen vai melhor do que a encomenda, contudo pior do que deveria para tentar garantir vaga ano que vem em um equipe boa. Deve continuar na categoria, só que em uma equipe fraca.
- Sutil é o homem, entretanto, do fim de semana até agora. A Force India está muito forte, e isso se dá sem dúvida pelo estil do chassis do carro, bom para corridas com pouca pressão aerodinâmica. Só que segurar um carro assim é difícil, chapinhas...na Parabólica, tem que ser muito bom para controlar um carro um tanto nervoso ainda. Os "caminhos da India" colocaram seus dois pilotos no Q3 pela primeira na temporada, e arrisco a dizer que os dois irão pontuar, se tudo ocorrer na normalidade (leia-se, se não chover). Sutil merece carro melhor, e ainda falta a ele mais estrela e mais consistência, mas provou que é muito rápido.Luizzi merece destaque: é o melhor dos "estreantes" sem dúvida. Erra menos do que o normal, é rápido,é na dele. Fórmula certa de um cara que pode ter conseguido uma chance de ouro para voltar à categoria.
- As Brawns estão melhores que a encomenda, se fizerem tudo certo. Barrichello sai na vantagem na disputa, embora tenha sido mais lento que Button o fim de semana inteiro. Estão mais pesados sem dúvida, e acho que isso ainda é vantagem mais para Barrichello do que Button, pois devem ir com duros e Button se embanana todo com eles. O que é foda é toda vida o inglês copiar as coisas do brasileiro. No jogo pelo campeonato vale tudo, mas isso é no mínimo, vergonhoso. Acho que se não fosse o brasileiro, dificilmente Botão teria tanta vantagem assim no campeonato.
- As RBR's e as STR's, estão touros enraivecidos e ruins neste fim de semana. Os primeiros estão lascados por causa dos motores e os últimos estão em último e lá devem ficar sozinhos até o fim do campeonato. Uma lástima. Mais do que nunca, Vettel terá que se superar para chegar perto de Button, ou orar muito por uma chuva daquelas. Webber..este é um coringa, que ninguém sabe como se sairá.
- As BMWs foram uma decepção à parte no Q2. Ambas quebraram, ambas tinham condições de ir para o Q3. As Toyotas são outra incógnita, mas ainda se espera delas arrancar com Trulli o 8º lugar. Glock pode já preparar o atestado de azarado do ano.
- Fisichella e Raikkonen são cartas À parte no baralho. Fisico sofre (é normal) com a pressão dentro e fora do carro, e ainda sim foi razoável. Queria que ele ao menos estivesse mais próximo do Q3, mas ir ao Q2 não foi fácil e ele deve ir um passo de cada vez. Largar pesado, tomar cuidado, usar o Kers para ultrapassar...observem com cuidado esse cara. Toda sorte para ele, é o que desejo. Raikkonen é que atesta que, motivado e com Kers, consegue estar entre os 3 primeiros. Se não fosse isso, ele não estaria lá não, pois o carro não é isso tudo não. Se Massa estivesse bem, em forma e correndo, estaria melhor?
Bom, até os pesos!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Comentando as diversas notícias- semana do GP da Itália

Esta semana não foi das mais paradas e nem das mais agradáveis para os amantes das velocidade. Como fiquei meio ausente do blog por estes dias, dou o ar de minha graça comentando alguns pontos que aparentemente ficaram sem as devidas amarras.
A "delação premiada de Nelsinho Piquet"
Essa foi a mais comentada, a mais revisitada e a mais polêmica da temporada inteira. Ainda não me arriscaria dizer da História da F1. Entretanto, por ainda meios confusos e indeléveis.
-Primeiro ponto: o silêncio ensurdecedor das partes envolvidas: os Piquet e os chefões da Renault.
Esse deixou todo mundo com os cabelos em pé, dando a entender que realmente há algo de muito verídico nas investigações, quando as partes interessadas estão orientadas a ficarem bem caladas.
- Segundo ponto: O encaminhamento das investigações, por agências de ex-agentes do FBI e free-lancers. P/ quem gosta de teorias da conspiração esse ponto foi um prato gorduroso e suculento.
Significa que Mosley e companhia estão muito interessados em encontrar cabeças a decapitar e fogueiras para preparar, e a de Briatore é desejada há muito tempo. E não tenham dúvidas: essa investigação não vai parar nem mesmo depois do julgamento da Renault próximo dia 21.
- Terceiro ponto: ontem sai uma reportagem contundente da Autosport, conceituada revista inglesa com filiais em tantos lugares e tantas redes de informação dentro do paddock que todos dão ouvidos (demais até, em minha sincera descrença no poder imensurável que dão à imprensa como paladina da verdade- e da mentira), que averigua entre outros pontos:
  • O envolvimento dos Piquet: Piquet-pai entrega a bomba na sede da FIA, tentando assim livrar o filho da rota de colisão, como uma delação premiada. Assim, ele ao menos assegura que o filho poderá correr outra vez, não tomará uma pesada multa, e nem deixe escapar o desafeto Briatore.
  • O não: Briatore nega tudo e afirma apenas que foi vítima de extorsão (p/ quem não sabe é chantagear alguém em troca de um ganho financeiro de qualquer espécie), o que já é motivo para prisão. Extorsão é um crime dos mais perigosos.
  • O sim, pero no mucho: Pat Simonds, nº 2 da equipe Renault, teria dito à revista que teria havido uma reunião, que as condições de Alonso e Piquet na corrida teriam sido bem analisadas, que sabiam que um safety-car em certa hora seria fundamental para Alonso lutar pela vitória, já que o asturiano viria com uma estratégia agressiva (leve) demais para quem larga do 15º lugar em uma pista de rua (difícil de ultrapassar); e então teria sido Piquet o autor da idéia, mas que nada daquilo fora adiante comentado e nada decidido). Em suma, a reunião aconteceu mas nada teria sido decidido.

Se foi Piquet ou não o mentor da besteira (coisa que duvido muitíssimo, já que seria uma burrada ainda maior dele), os indícios apontam fortemente para uma verdade: a conspiração aconteceu. E os chefes da Renault não estão com os discursos afiados, o que indica que terão que forjar um para se defenderem dia 21...mas, obviamente, estão jogando toda a culpa nos Piquet.

- As consequencias para isso não são nada boas. Primeiro, porque Piquet só corre na F1 agora se o pai criar uma equipe, ou se ele se sujeitar a ser um piloto de testes ou titular em uma equipe miúda. A Campos pode sim ter oferecido a ele um salário baseado nos pontos, como veicularam. Ora, o cara dirigiu recentemente e tem alguma experiência com o novo carro da F1, e as equipes precisam disso, e mais, precisam de um cara que não tenha condições de pedir muito. Piquet se encaixa totalmente nisso, assim como Bourdais. Ou então, que corra na Indy. Um novo recomeço pode ser o melhor para o filho mais talentoso de Nelson Piquet.

Ainda não acho descartada a opção de Piquet correr depois disso porque no fundo no fundo, as equipes precisam mais de pilotos do que se imagina, e os negócios pesam mais do que as relações morais. O difícil é Piquet ainda conseguir bons patrocínios...

Outra consequencia disso muito grave é ter uma montadora com equipe, fornecedora de pneus e tudo o mais, como a Renault, que já tem na política de seus CEOs um desprezo total à possibilidade de negócios na categoria. Pode ser o argumento que faltava para a Renault voltar de vez aos porões, como foi com a Honda.

Uma última pergunta, e talvez a que mais me intriga: Por quê os Piquet se arriscaram a denunciar? Pq era o certo? As coisas na F1 dificilmente funcionam pelo argumento da justiça, e por isso mesmo era arriscado, eu diria suicídio, admitir publicamente que um dos Piquet foi capaz de fazer isso. Isso pq o mundo da F1 é muito hipócrita e esquece que em sua história diversas batidas propositais mudaram os rumos dos campeonatos, mudaram o rumo das vitórias, mudaram o rumo de diversas carreiras. A História infelizmente ainda é construída pela memória dos vencedores, e não a dos vencidos, dos sem-voz. Ao mesmo tempo, se escreve História pela pura parcialidade, dando a valorizar feitos de um lado versus outros que valorizam feitos dos outros. Não há muita criticidade nos olhares dos fãs de automobilismo pq não há estímulo à criticidade no olhar de todos nós em nossas educações.

Piquet-pai foi lá por outra razão, creio eu e minha mãe, que ontem comigo debatendo sobre isso ela disse: Piquet- pai foi lá pq o nome em jogo era o dele, acima de tudo. A trajetória que ele construiu na F1 e o patrimônio que construiu foram jogados no meio da rua, e mais do que ninguém ele é que teve de defender. Lembrar que ano passado ele não ia às corridas, só acompanhava por vezes sua equipe na GP2 muito pq o próprio filho queria por conta própria construir sua carreira, e a figura do patriarca não era das mais carismáticas, embora fosse respeitada. Piquet-filho de fato tentou construir seu próprio nome e patrimônio para além do peso do sobrenome. E em uma manobra arriscada jogou tudo a perder acatando uma ordem da equipe, se tornando cúmplice e co-autor. E pagou o preço. E teve que ver seu pai novamente entrar em cena para defender a honra do nome. No fim das contas Piquet-filho era o lado mais frágil do jogo e seu pai sabe que teve parcela na criação.

- A grande preocupação é sentir que Briatore ainda terá vez para os negócios. Por conta, e muito, de uma categoria como a GP2. Essa categoria vai crescer demais, vai esmagar a F2 e ainda vai ser palco de grandes disputas e alto nível técnico. E ela é de Briatore. =/
A possível compra da Brawn pela Mercedes
Essa é das mais preocupantes para Rubens Barrichello. Ou Jenson Button, talvez. O certo, pelo menos, é que a Mercedes vai investir mais no seu 2º cavalo de corrida, notadamente a Brawn. E isso assegura à escuderia Brawn sobrevida e qualidade. E assegura à Mercedes mais alicerce em sua não tão difícil tarefa de dominar a F1 para a próxima década, depois de ver a Ferrari dominar esta.
Contudo, algo me deixa com pé atrás quando todos dizem com todas as letras que a MacLaren vai se desvincular da Mercedes e vice-versa. Mesmo com o novo protótio de Ron Dennis tendo motor próprio ( e por que não? Vai concorrer com os Mercedes no mercado, ora bolas) e o caso da mentira que iniciou a temporada polêmica, acho difícil eles romperem assim de vez uma parceria afiada como essa.
A Mercedes, claro, poderia muito bem comprar em 2011 a Brawn (que me parece não ter sobrevida na F1, mas gostaria de vê-los pelo menos na GP2 -que me parece vai crescer e muito, mesmo tendo Briatore no meio). Rosberg vai ser o grande alemão na nova empreitada da Mercedona e vai pra onde ela quiser. Para a Brawn, no entanto, e até mesmo para a Mercedes, o segredo para um sucesso seria, se no caso de Nico ir para a Brawn, ter Nico e ter um piloto como Barrichello motivado, experiente e fundamental no ajuste dos carros. O carro da Brawn teve rendimentos bons de fato porque além de ser bem nascido, de ter o motor Mercedes, tinha Barrica lá. Button é bom piloto, é habilidoso até demais e muito rápido. Mas é muito inconstante e isso ninguém quer na F1. Ele é um avesso paralelo ao compatriota Mansell, que também era muito habilidoso e rápido, mas "motivado para além do equilíbrio necessário"...
Chuva ou sol em Monza entre sábado e domingo do GP da Itália?
Como nem a previsão do tempo é mais ciência séria, as previsões mudaram loucamente nos últimos dias. Chuva, sol, chuva e sol, clima ameno mas sem chuva, etc...
-Se tiver chuva, esperem uma nova vida para os Red Bull, e uma forçada de barra dentro da Brawn em favor de Button. Isso se Button ainda se mantiver pelo menos competitivo. Se o britânico não pontuar nada de novo...aí a batata lá vai assar no ...dele. As chances de Barrichello dependem dele, e de que as RBRs não sejam tão boas lá como deveriam ser.
- Se tiver sol, e se Barrichello estiver bem, preparem as cornetas. Rubens é forte lá, e Button não. Só que, se Button reagir e não for pelo menos, tão mal, Rubens terá problemas.
- Se não chover, mas o clima não estiver fervendo, loucamente é o melhor cenário para Barrichello. Ele aquece melhor os pneus que Button, e é nessas condições que o britânico se dá tão mal.
O que me preocupa, na ainda torcida por Barrichello, é que as novas zebras de lá favorecem a pilotos como Button. Não favorecem nem a Vettel, nem a Webber. Pilotos como eles e Barrichello atacam mais as zebras e isso não vai ser fácil com as zebras mais altas.
As incógnitas no mercado de pilotos
Essa já endoida a gente há muito tempo e não vai endoidar mais do que o usual. Daqui a instantes, a gente vai ver muitas notícias sem pé nem cabeça. No entanto, 4 pilotos de dentro da categoria e 3 novatos darão o tom das negociações.
- Alonso, obviamente. Para onde for vai ser bemvindo, mas precisa se livrar o quanto antes do problema da Renault senão arrisca ficar de fora. Não acho que agora para ele seja o momento de exigir demais, senão fica sem a Ferrari. Na briga de egos, Montezemolo late mais alto que ele e ele ainda não é Schumacher ou Senna.
- Rosberg. Tá fazendo uma baita temporada na F1 e finalmente pegou o tranco do negócio. Se mantiver o ritmo ainda vai ser campeão que nem o pai foi. E merecendo. Brawn Mercedes, MacLaren Mercedes estão na sua rota de mira.
- Raikkonen. Que deu provas de que quer, pode e terá lugar na categoria. Não mais onde e como quiser, mas negar a probabilidade dele ir para a Brawn é loucura. Ficar na Ferrari é ainda uma opção, mas ir para a Toyota pode ser um novo desafio na vida do cara. E acho que é isso que ele precisa para mostrar que é o cara. A Maclaren pode ser opção para 2011.
- Rubens Barrichello. Porque não? Se parar, o que acho difícil, auxilia em alguma equipe. Se ficar na Brawn próximo ano, as coisas podem sair melhor que a encomenda. Não acho que ele vá para a Williams, mas a Manor-Virgin, a USF1 e a Toyota poderiam deseja-lo.
Os de fora:
- Vitaly Petrov- Esse tem dinheiro demais para ser negado. Force India ou Campos o terão.
- Bruno Senna- Esse tem nome demais para ser negado. Idem, ainda somando a Virgin.
- Nico Hulkenberg- Esse vai ganhar a GP2, mas não se surpreendam se ele não for para a Williams, e sim para algo maior. Só se a Williams tiver equipado os motores Mercedes. Aí Williams é certeza.