Os escritores que aceleram neste blog

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acompanho a F1 desde 1994. por vezes o estranhamento choca e traz interesse. gosto de história desde 2002. bons professores trazem a tona paixões que pareciam subexistir. sou Ridson de Araújo, tenho 21 anos, faço História na Universidade Federal do Ceará.

A Redação

Este blog foi criado no intuito de divulgar, publicizar opiniões caladas e pesquisas que em geral não tem o devido espaço que (acreditamos) merecem. A iniciativa foi de Ridson de Araújo, e agora contará com colaboradores. Cada pessoa que se encontra aqui na redação tem o potencial como várias outras pessoas que tem/não tem internet, de pensar e agir. Duas paixões e duas escolhas: História(s) e Velocidade.

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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Armação Ilimitada

Não, não é um review da Série global dos anos 80.
A guerra de interesses políticos está reaberta na F1. Não, não aacabou em pizza; não, não tem nem mocinhos, não há inocentes; não, não parece ter muito o que se dizer mais sobre ela.

Duas coisas paradoxais ditas pela FIA e FOTA só essa semana:
A- A FIA diz (sim, com toda a razão) que o regulamento de 2010 só poderá ser aprovado se for escolhido por unanimidade por todas as equipes inscritas. Ou seja, não só as 8 da FOTA, como também as 3 novatas e Williams e Force India.
B- Aí a FOTA e seus simpatizantes disseram que a FIA estava de novo colocando lenha na fogueira e que era um absurdo. Eu não vi absurdo na afirmação A, ela é tanto uma maneira de não dividir a categoria em duas castas, como a própria FOTA (com razão ) afirmava, como é uma maneira da corja de Mosley manter seus interesses no campeonato do ano que vem.
C- Aí a FIA faz um excremento malcheiroso ao não cumprir palavra dita na Reunião de Paris, há duas semanas atrás, recolocando as equipes FOTA no campeonato. Houve a tão esperada reunião para definir o regulamento, a FIA veio com essa. Não sou jornalista, e essa é sim uma informação a se confirmar, mas já veicula por vários sites especializados no mundo. A FOTA se indignou e saiu da reunião.

A armação é ilimitada e não se surpreendam se algum dos dois lados vier com outra armação mais cabeluda que a antecessora. Mas há de se convir que a FOTA foi bastante penalizada com essa medida, se for verdadeira. Se não for, sendo um rumor criado pela associação das equipes com o intuito de desacreditar a FIA, se tornará de fato até necessária a criação de uma outra categoria para pôr fim a uma disputa patética e incoerente.

5 comentários:

  1. Tu, que conheces bem a História, como eu, diz uma coisa: isto tudo não faz lembrar o Acordo de Munique, em 1938? Se sim, não acreditas também que agora, a "racha" é quase uma inevitabilidade?

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  2. Pois é Ridson,

    E novamente FIA e FOTA voltam a duelar. É triste a briga de egos que tomou de conta da F-1. Isso já tá ficando bem chato. Até quando?

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  3. Confesso, Speeder, que o Acordo de Munique nunca foi algo em que eu me detivesse nem em escola, e nem em faculdade. Vi seu post, e achei muito legal (e muito ao estilo das analogias históricas que faço aqui)e como todo historiador que não sabe responder a uma pergunta, vai e pesquisa. Pesquisei e acho que faria algumas alterações.
    De fato, a tensão da F1 se elevou a um outro patamar, pq justamente a FIA e as equipes mudaram o foco de atuação, lutando mais acirradamente que nunca. E é mais ou menos o que se passa na Europa. A disputa territorialista alemã era absolutamente uma emergência de todas as tensões econômicas internas do país, que só seriam saciadas com mais territórios, mais recursos (a região da Checoslováquia, foco do Acordo de Munique, acredito ser rica em recusos energéticos, fundamentais na época). Assim como a disputa por interesses fez a FOTA querer expansão total, e a FIA se sentiu pressionada, barganhou no último instante (oprimiu muito as equipes, como os grandes países europeus reprimiram a Alemanha pré-Hitler, e depois teve que barganhar temendo o avanço total da FOTA)cedendo o fim do teto (cedendo a Tchecoslováquia).
    Desembocando, veio a guerra, inevitável, pois para a Alemanha o fator econômico+ o desejo de hegemonia étnica (lembra a limpeza "identitária" que a Fota propõe ao se afirmar a essência da f1). Sim, a coisa realmente mudou de tom, e a Guerra parece bater à porta, pronta para acontecer de fato, pois até agora só tivemos muitos ensaios e tentativas frustradas de diplomacia.
    O que parece-me engraçado é que, em minha analogia, quem é a temida Alemanha é a FOTA, não a FIA, justamente por não me prender ao acontecimento último, mas aos passados. Não que esteja fazendo apologia da FIA, porque em momento algum se santificaria França ou Inglaterra no processo, como estão fazendo (em minha opinião erroneamente) com a FOTA (então ela não seria os países imperialistas, p/ mim) nem endemonizaria a Alemanha, que nunca se resumiu a Hitler, e que nunca foi apenas os seus seguidores, mas também os muitos reprimidos e silenciados pelo regime nazista dentro de sua própria casa.
    A conclusão para este momento confuso da História da F1, que se confunde com o momento do Acordo de Munique, é que é impossível defender lado A ou B, pois ora eles jogam de Aliados, ora de Eixo, ora de Inglaterra ora de Alemanha. Nós é que sem dúvida somos a frágil Checoslováquia, que fica à mercê de gigantes loucos, dementes e egocêntricos, sendo jogado de um lado para outro.
    E essa dificuldade de definr quem é quem torna complicada qualquer analogia histórica de ser exata. Como qualquer analogia, é apenas uma aproximação didática, e não uma certeza fechada.
    Consegui esclarecer?

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  4. Ridson:

    Gostei da resposta. Acho até que daria para um post isolado quer no teu blog, quer no meu. Como é obvio, há certos paralelismos nesta situação, mas não são gémeos idênticos, como tu explanste, e bem.


    Agora, o paralelismo que faço entre os acontecimentos de ontem e aquilo que aconteceu há mais de 70 anos atrás, é que o acordo de há duas semanas foi para evitar uma guerra, julgavamos. Mas afinal, parece que não foi mais do que adiar o confronto por mais um tempo. Ou seja: ganhar tempo. E como a II Guerra Mundial começou com um pretexto (Danzig, a actual Gdansk, na Polónia), pode-se dizer agora que a quastão do tecto orçamental, as "ofensas" de Mosley a Montezemolo, e agora as inscrições para 2010, são boas razões para que a FOTA avance para um campeonato paralelo.


    Nenhuma delas é santinha, são todas pecadoras. Todas querem o mesmo: dinheiro. Agora, precisamos de um "bode expiatório", um "mau da fita". E esse senhor é o Max Mosley. Os outros são cinicos, um pouco como os Aliados na II Guerra Mundial. Sâo um grupo heterogéneo lutando contra um inimigo comum...


    O Churchill disse certo dia, para justificar a aliança com Stalin: "Se Hitler declarasse guerra ao Inferno, eu mesmo faria um acordo com o Diabo!" Portanto, enquanto tiverem um objectivo comum, estarão unidos.

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  5. Claro, Speeder. Pensei também em fazer um post paralelo só com nossos comentários, o que é legal, para um intercâmbio de blogs.

    Concordo com vc, o Acordo de Munique da F1, em Paris, foi antes. Agora, o momento é de cisão. O díficil para muitos, seria identificar como as coisas mudaram, de uma situação difícil como as passadas, em que todos (inclusive eu), acreditávamos que a pizza não demoraria muito.Mudou definitivamente? Não, mas está sim a um passo, pois as equipes e Mosley ainda estão muito preocupados com o fator financeiro. Quando isto for levado ao patamar secundário, sendo o político o preponderante, aí não sobrará mais nada de F1.

    Quanto ao Mosley ser um bode expiatório, eu concordo em parte.Mosley nunca foi bobo, nem fácil de se pegar,já que conseguiu se manter por tanto tempo; contudo, ele é antítese ideal para qualquer argumento que a FOTA crie ,e não são os mais brilhantes, mas pegam fácil na mente de muitos por visualizar em Mosley um dragão grotesco e velho, incompetente e maligno.

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